Marítimos da Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, aprovaram movimento grevista a partir da próxima segunda-feira, dia 10. Ao menos 17 embarcações já aprovaram a adesão ao movimento em assembleias realizadas desde segunda-feira nas embarcações. Nesta quarta-feira (4), os trabalhadores realizam assembleia geral para definir as estratégias do movimento, que pleiteia recomposição salarial e questiona a venda da subsidiária dentro do plano de desinvestimento da Petrobras. Petroleiros de outras unidades também decidem nesta quarta-feira se realizam greve geral no dia 10 de maio em apoio ao governo da presidente Dilma Rouseff.
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Em nota, o Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar) informou que o movimento, denominado Operação Torniquete, terá paralisações alternadas a cada 72 horas nas embarcações que já realizaram assembleias. O objetivo é a "paralisação gradual" das operações em ao menos 17 navios da Transpetro, que conta com frota de 52 embarcações a serviço da estatal. "Nos demais navios, a greve ocorrerá da forma tradicional, com a paralisação das atividades até que a empresa atenda às reivindicações que estão na pauta. Em qualquer circunstância, serão resguardados a segurança, o meio ambiente e o bem-estar dos tripulantes", diz o comunicado.
A categoria se reúne nesta quarta-feira, às 14h, no Rio, para formalizar a aprovação da greve em assembleia geral extraordinária. A categoria reúne cerca de 2,2 mil trabalhadores somente em atividades embarcadas da Transpetro. Os trabalhadores estão em período de negociação de acordo coletivo de trabalho com a Petrobras e reivindicam a recomposição salarial de 9,93% dos salários, porcentual equivalente à inflação acumulada nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento do IBGE. Além disso, os funcionários questionam a decisão da cúpula da Petrobras de colocar ativos da subsidiária à venda.
"O que está realmente em jogo para esses profissionais é a garantia de seus postos de trabalho. O Sindmar lembra que a subsidiária é lucrativa. E, uma vez que o problema do Sistema Petrobras é fazer caixa, a empresa não deveria constar dos ativos a serem alienados dentro do plano de desinvestimento do grupo", informa o sindicato. A petroleira estuda a divisão da subsidiária em duas unidades de negócio - de transporte por dutos e serviços marítimos - para atingir a meta de vender até US$ 14,4 bilhões em ativos neste ano.
Também nesta quarta-feira, lideranças da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reúnem para discutir adesão a um movimento nacional de apoio à presidente Dilma Rousseff. O Movimento Brasil Popular organiza, no próximo dia 10 de maio, o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Contra o Golpe, com diferentes centrais sindicais. Em nota, a FUP indicou que orienta os trabalhadores das áreas operacionais para "a gravidade da conjuntura política e as ameaças que pairam sobre a empresa e a categoria diante dos riscos de o País voltar a ser comandado por setores entreguistas e neoliberais".