O dólar terminou em alta pela terceira sessão consecutiva ante o real nesta segunda-feira, 13, mas se manteve abaixo do patamar de R$ 3,50 no mercado à vista. O movimento foi sustentado por uma contínuo ajuste de posições compradas, que tem sido observado desde a última quinta-feira, após seis baixas acumuladas em 6,71% nas primeiras sessões deste mês.
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Durante a tarde, o foco do mercado foi o discurso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. A percepção é de que o dirigente tende a deixar o mercado mais solto para ajudar no controle da inflação. Porém, se o dólar tiver um movimento de baixa forte, a autoridade poderá fazer leilão de swap reverso para conter o ajuste, segundo sinalizou o Ilan, disse o operador José Carlos Amado, da Spinelli Corretora.
Os comentários de Ilan ajudaram a amparar a alta do dólar, que foi vista desde o início do pregão. Os principais catalisadores foram a persistente queda do petróleo, que apoiou a valorização do dólar em relação a grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities. Também ampararam o dólar os temores sobre uma eventual saída britânica da União Europeia, processo batizado de "Brexit". Ainda no cenário internacional, há especulações sobre estímulos na China e expectativas pela carregada agenda semanal.
O comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed) anuncia decisão na quarta-feira, que será acompanhada de entrevista da presidente Janet Yellen. Além disso, estão previstos encontros de política monetária na Inglaterra e Japão, ambos na quinta-feira.
A ausência do Banco Central no câmbio interno há 18 dias úteis (o último ocorreu em 18 de maio) favoreceu o viés positivo, disseram operadores ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O dólar à vista terminou cotada a R$ 3,4823 (+1,66%) no balcão, com giro de apenas R$ 553,6 milhões. Às 17h28, o dólar futuro para julho subia 1,85%, aos R$ 3,5020, com volume financeiro de cerca de US$ 10,5 bilhões.