Energia Elétrica

Satisfação de consumidor com distribuidoras de energia tem pior índice em doze anos

Dados divulgados pela Abradee apontam um índice de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos na casa de 74,4%, contra 77,3% do resultado registrado no ano passado

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Publicado em 21/06/2016 às 18:47
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Dados divulgados pela Abradee apontam um índice de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos na casa de 74,4%, contra 77,3% do resultado registrado no ano passado - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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A satisfação dos consumidores residenciais com os serviços prestados pelas distribuidoras de energia registrou seu pior índice dos últimos 12 anos. Os dados divulgados nesta terça-feira (21) pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) apontam um índice de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos na casa de 74,4%, contra 77,3% do resultado registrado no ano passado. O índice mais baixo antes do resultado desta terça foi registrado em 2004, quando ficou em 74,2%.

A pesquisa da Abradee, que foi realizada entre os dias 13 de fevereiro a 18 de março deste ano, ouviu 26.575 mil consumidores domésticos de 870 municípios de todo o País. O presidente da Abradee, Nelson Leite, atribuiu boa parte desse resultado ao aumento da tarifa na conta de luz nos últimos dois anos.

"Toda a percepção do consumidor recai sobre as distribuidoras. Somos o entregador de pizza nessa cadeia", disse Leite, ao apontar que a parcela de receita das distribuidoras não tiveram qualquer alteração nos últimos anos, apesar do aumento explosivo das contas de luz.

A percepção atual da qualidade dos serviços chega a ser pior que a de 2014, ano eleitoral em que o País vivia a ameaça do apagão, com crise hídrica no pico e acionamento das termelétricas, fonte mais suja e cara de energia. Nelson Leite ponderou, no entanto, que o governo segurou o preço da energia "na marra", por conta do calendário eleitoral. "Foi um ano de ilusão", disse Leite.

A pesquisa anual da associação, que é realizada pela empresa Innovare Pesquisa, apontava uma média, nos últimos anos, de 77% de consumidores satisfeitos ou muito satisfeitos com os serviços das distribuidoras. Nos últimos cinco anos, as avaliações na região Sudeste caíram de 76,9% para 73,1%. Nesse mesmo intervalo, houve queda no Sul (84,5% para 82,9%) e no Norte e Centro-oeste, com taxa que caíram 68,2% para 63,4%. Apenas no Nordeste houve uma perspectiva de melhora, subindo de 76,2% para 77,5%. 

Nelson Leite disse que, com a regularização dos principais reservatórios de hidrelétricas do País, que deixa de pressionar a tarifa de conta de luz, há um viés de melhora na percepção da população em relação aos serviços prestados.

Falta de investimento

Nelson Leite criticou o modelo financeiro atual, que tem pressionado a capacidade de expansão e melhoria de qualidade das distribuidoras. De cada R$ 100 pagos na conta de luz, apenas R$ 14 ficam com as distribuidoras. Dessa parcela, R$ 8 são usados para cobrir as operações; sobram R$ 6 como lucro bruto. A maior parte da cobrança fica com compra de energia, custos de transmissão e encargos. 

Há 15 anos, a fatia das distribuidoras nessa fatura de R$ 100 chegava a cerca de R$ 40. Em 2010, as empresas retinham R$ 24. "Precisa haver uma ampla discussão dessa questão do encargo, além de o peso da energia sobre a conta voltar ao normal", comentou Leite.

Por ano, as 63 distribuidoras de energia do País têm investido cerca de R$ 12 bilhões. Segundo a Abradee, esse recurso apoia, basicamente, o crescimento vegetativo. Projetos de expansão, como as redes inteligentes de distribuição, estão na gaveta, porque demandariam mais R$ 6 bilhões por ano em investimentos.

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