A aprovação da saída do Reino Unido da União Europeia gerou um forte movimento de aversão ao risco, que penalizou as bolsas de valores no mundo todo. No entanto, a queda de 2,82% da Bovespa (50.105,26 pontos) foi interpretada por analistas como uma correção das expectativas otimistas formadas nos últimos dias, essencialmente. Evidência desse movimento é o volume de negócios movimentado na bolsa, de R$ 6,975 bilhões, pouco acima da média de junho (R$ 6,457 bilhões), descartando saída expressiva de recursos do mercado.
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No final da manhã, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que, em termos de fundamentos, o impacto da saída do Reino Unido da UE no curto prazo é muito limitado no Brasil. Maciel disse que mudanças são graduais nesse processo de saída do país do bloco econômico e que o fluxo de comércio do Reino Unido com o Brasil é de 1,5%. "Os impactos são limitados", disse ele. "Em termos de mercados, claro que a saída agrega incertezas no curto prazo", completou.
A vitória da saída do Reino Unido da UE, que contrariou as pesquisas recentes, teve forte influência no mercado de câmbio, com o fortalecimento do dólar frente à maioria das moedas pelo mundo. As commodities sofreram perdas, com destaque para os preços do petróleo, que fecharam em queda de quase 5% nas bolsas de Nova York e de Londres. Com isso, as ações da Petrobras fecharam em baixa de 5,15% e de 4,34%, respectivamente.
A Vale, por sua vez, registrou quedas de 8,32% (ON) e de 8,96% (PNA), acompanhando de perto os preços das ações de seus pares no exterior. Outro setor fortemente penalizado foi o bancário, também por acompanhar pares no exterior. Nesse grupo, destaque para as units do espanhol Santander, que cederam 4,19%. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso no Ibovespa, terminou o dia com perda de 3,50%.
Mesmo com a queda de hoje, o Ibovespa ainda contabilizou valorização de 1,15% no acumulado da semana. No mês, o índice registra alta de 3,37% e, no ano, de 15,59%. Entre as 59 ações que fazem parte do Ibovespa, somente Estácio ON (3,13%) e Kroton (+0,29%) fecharam em alta, refletindo as negociações entre as duas empresas do setor educacional.