O dólar somou nesta segunda-feira (4) duas altas consecutivas ante o real, sustentado por expectativas de novos leilões de swap cambial reverso após as duas atuações seguidas do Banco Central, na sexta-feira e hoje. Intensificado pela baixa liquidez, diante do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, o ganho da moeda norte-americana também foi alimentado pela persistente queda do petróleo e o enfraquecimento de moedas de mercados emergentes, enquanto os investidores aguardam o resultado de indicadores e eventos internacionais ao longo da semana.
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No mercado à vista, o dólar fechou a R$ 3,2665, alta de 1,11%, acumulando elevação de 1,74% em duas sessões. O volume total negociado nesta segunda-feira foi de US$ 607,048 milhões, bem abaixo dos US$ 1,643 bilhão da sessão anterior, em meio ao feriado norte-americano.
O Banco Central negociou hoje, pelo segundo dia útil consecutivo, um lote integral de 10 mil contratos de swap cambial reverso, com valor da venda de US$ 500 milhões. As operações ajudam a conter a queda do dólar, uma vez que são equivalentes à compra de dólar no mercado futuro e desmonte da posição em swap cambial tradicional.
"A alta do dólar hoje é um movimento defensivo em função da possibilidade de o BC brasileiro fazer novo leilão de swap cambial reverso amanhã", afirmou o diretor na Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "O BC deve continuar a fazer regularmente os leilões de swap cambial reverso, deixando claro que vai defender o piso virtual de R$ 3,20", acrescentou. No fim da tarde, o BC anunciou que fará mais um leilão de até 10 mil swap reverso, para dois vencimentos, amanhã, das 9h30 às 9h40.
No mercado futuro, o dólar para agosto encerrou com alta de 1,01%, aos R$ 3,2975, na máxima do dia. O giro totalizou US$ 6,001 bilhões, frente aos cerca de US$ 19 bilhões na sexta-feira
Prevalece ainda o compasso de espera pela agenda lá fora. Hoje à noite, o mercado conhecerá indicadores do setor de serviços da China, em meio a sinais de enfraquecimento da atividade, principalmente, na indústria. Amanhã, o Comitê de Política Financeira do Banco da Inglaterra (BoE) se reúne sob a expectativa de anúncio de alguma medida para ajudar a economia britânica, após a decisão de se separar da União Europeia (Brexit). Já na sexta-feira, será divulgado o relatório de emprego norte-americano de junho, chamado de payroll, que deve dar mais sinais sobre a direção da política monetária da maior economia do mundo.