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Consumo

Netflix atinge mercado das TVs por assinatura

11,5% dos assinantes do Netflix cancelaram o serviço das operadoras de TV

Beatriz Albuquerque
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Beatriz Albuquerque
Publicado em 20/07/2016 às 8:00
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11,5% dos assinantes do Netflix cancelaram o serviço das operadoras de TV - FOTO: Foto: Divulgação
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O serviço de vídeo sob demanda Netflix tem conquistado o mercado consumidor das TVs por assinatura, que perdeu mais de 800 mil assinantes no último ano. Conforme pesquisa realizada pela consultoria CVA Solutions, especializada em percepção do consumidor, no mesmo período, 11,5% dos assinantes do Netflix cancelaram o serviço das operadoras de TV.

A redução do interesse pelos pacotes de TV fechada ocorre em um período de crise econômica e, ao mesmo tempo, de consolidação do streaming no País. De acordo com a Anatel, o número de assinantes de TV apresentou redução contínua no último ano, com queda de 4,3% dos usuários em abril, comparado a abril do ano passado. No balanço, a agência reguladora registra que 18,9 milhões de domicílios permanecem com o serviço. Em 2015, eram 19,7 milhões.

Por outro lado, o Netflix conquistou 6,74 milhões de novos assinantes apenas no primeiro trimestre deste ano, ultrapassando os 70 milhões de contratos em todo o mundo. A companhia não revela os números do Brasil, mas estima-se que o País concentre 2,7 milhões dos assinantes.

A terapeuta ocupacional Olivia Ugarte é uma das pessoas que migrou de serviço. Ela foi cliente da empresa NET por mais de três anos e, há nove meses, cancelou a assinatura para contratar o streaming do Netflix. Após a mudança, economiza R$160 por mês. “Percebi que eu não necessitava do combo, que incluía o telefone fixo, internet e TV a cabo. Então, como já tinha uma Smart TV (equipamento que permite a instalação de aplicativos com acesso à internet), passei a assistir os filmes pelo Netflix”, afirma. Agora, ela paga R$22,90 pelo plano padrão, que inclui filmes e séries em qualidade HD, com duas telas simultâneas.

Com a queda no consumo de entretenimento, entre janeiro e maio deste ano, as empresas perderam 13 mil assinantes em Pernambuco. Hoje, de cada 100 domicílios doze possuem TV por assinatura. O índice está abaixo da média nacional que é de 28 domicílios.

A funcionária pública Ana Cláudia Oliveira também encerrou o contrato de canais pagos. “Acho o valor injusto. Quando você contrata a TV por assinatura é obrigada a ter canais que não escolheu. Se fosse possível montar pacotes, sem os blocos de canais predeterminados, seria um atrativo. Com o Netflix eu pago muito menos, assisto filmes e documentários e não tenho problemas com queda de sinal”, argumenta. Ana Cláudia paga R$ 19,90 pelo pacote básico. O valor representa  10% do que ela investia com a assinatura de canais para TV.

Depois de um ano e meio de queda contínua de clientes, a TV paga apresentou a menor retração em maio, quando o setor apresentou uma queda de 0,02% em relação ao mês de abril. Na avaliação da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), a base de assinantes dá sinais de recuperação e voltará a crescer assim que as condições econômicas forem favoráveis. 

Comparado ao PIB nacional em 2015, que caiu 3,8%, o número de assinantes de TV paga apresentou um recuo menor, com queda de 2,2% no mesmo período. Segundo a entidade, “este fato demonstra que, ao contrário do que alguns pensavam, a TV por assinatura se fortaleceu e se tornou ainda mais relevante para os brasileiros”. A ABTA acredita que o resultado do setor poderia ser melhor se 15 estados, incluindo Pernambuco, e mais o Distrito Federal não tivessem aumentado em 50% o ICMS destes serviços, a partir de janeiro de 2016.

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