Em mais um dia de volatilidade das cotações, o dólar ante o real fechou perto das mínimas intraday, registradas na última hora de negociação nesta sexta-feira (22). A moeda norte-americana acelerou o recuo ante o real e também passou a cair ante o peso chileno e o peso mexicano no fim da tarde, após o petróleo ter reduzido as perdas no fechamento dos mercados em Londres e Nova York. Segundo um operador de uma corretora, houve uma corrida para venda com apuração de ganhos intraday, após a moeda ter alcançado as máximas no começo da tarde, acima de R$ 3,30 no mercado futuro. Em consequência, o dólar à vista testou mínima de R$ 3,2546 (-0,93%). Já o dólar agosto caiu até R$ 3,2620. No fechamento, o dólar à vista foi cotado a R$ 3,2588, em baixa de 0,80%. Na máxima intraday registrou R$ 3,2963 (+0,34%). O volume financeiro somou cerca de US$ 1,334 bilhão.
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Não teve nenhum fluxo significativo à tarde e a queda refletiu um ajuste técnico pela forte alta de hoje, disse Jefferson Rugik, diretor da Correparti. Para ele, o mercado devolveu o excesso, pois a tendência para o dólar por aqui no médio prazo ainda continua sendo de queda.
O pano de fundo dessa aposta é a perspectiva de aumento da liquidez global. Hoje, o recuo do índice de gerentes de compras (PMI) composto do Reino Unido em julho ao menor nível em sete anos nutriu esperanças de que o Banco da Inglaterra (BoE) anuncie novas medidas de estímulo em sua reunião de política monetária de 4 de agosto. Já a queda do PMI composto da zona do euro em julho ao menor nível em 18 meses reforça expectativa por medidas do Banco Central Europeu em setembro.
Nesse contexto, o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, acrescentou que a expectativa de manutenção da taxa Selic por mais tempo corrobora a possibilidade de mais dinheiro vir para o Brasil. "Grandes bancos nacionais e estrangeiros estão vendendo ativamente renda fixa do Brasil para investidor estrangeiro, porque o País está voltando ao protagonismo entre os pares emergentes", avalia.
Lá fora, o Dollar Index ficou a tarde toda em alta. Já no mercado doméstico, a moeda subiu pela manhã e no começo da tarde, pressionada pela queda de commodities e da ação do Banco Central, com a venda de swap reverso, disse um operador.
O minério de ferro caiu hoje na China e acumulou perdas de 3,6% na semana. O petróleo manteve-se em baixa diante das preocupações com o excesso de oferta, voltando a ser cotado abaixo de US$ 45 por barril em Nova York. O cobre também recuou em meio ao dólar forte no exterior. O avanço do PMI industrial dos Estados Unidos em julho ao maior nível desde outubro contribuiu ainda para os ganhos da moeda americana porque reforça especulações em torno da reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana.