Financiamento

Incentivos da Caixa dão ânimo ao mercado imobiliário

Banco facilita financiamento para compradores e construtoras e dá mais fôlego ao setor

Da editoria de economia
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Publicado em 26/07/2016 às 11:36
Foto: Guga Matos/ Acervo JC Imagem
Banco facilita financiamento para compradores e construtoras e dá mais fôlego ao setor - FOTO: Foto: Guga Matos/ Acervo JC Imagem
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Diante de um longo período de resultados negativos, o setor imobiliário recebeu com esperança e otimismo as decisões da Caixa Econômica Federal (CEF) de facilitar o financiamento tanto para os compradores de imóveis quanto para as construtoras. Apesar de reconhecer que o universo de potenciais clientes afetados pelas mudanças é pequeno, entidades e empresas acreditam que a movimentação do banco é um bom indicativo para o mercado e traz confiança ao setor.

A primeira iniciativa foi anunciada na semana passada e começou a valer nessa segunda-feira (25). Agora o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) – que não utiliza recursos do FGTS – passa a financiar imóveis até R$ 3 milhões, o dobro do limite anterior, que era de R$ 1,5 milhão. O percentual financiável do valor do imóvel também mudou: subiu de 60% para 70% para imóveis usados e de 70% para 80% no caso dos novos.

“Não diria que a medida é exatamente significativa, mas é positiva. Ela não abrange um contingente muito grande de pessoas nem de imóveis, mas é uma sinalização boa para o setor”, avalia o vice-presidente administrativo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Adalberto Cleber Valadão. Ele lembra que a Caixa é o principal banco financiador do segmento imobiliário do País e suas decisões acabam influenciando a oferta de crédito pelos demais bancos públicos e privados.

PLANO EMPRESÁRIO

Outra iniciativa da CEF, voltada diretamente para as empresas de construção, a retomada do Plano Empresário da Construção Civil – parado desde maio de 2015 – gerou uma reação muito mais positiva de toda a cadeia. Através dessa linha de crédito, a Caixa irá liberar R$ 10 bilhões para custear obras e o valor é quitado pelas construtoras após a conclusão do empreendimento, por meio da venda ou financiamento das unidades. Esse benefício, no entanto, é aplicado para investimentos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que inclui imóveis de até R$ 650 mil (R$ 750 mil apenas para SP, RJ, MG e DF). 

“A Caixa é o maior player do financiamento imobiliário no Brasil, então tudo que ela faz tem impacto. O financiamento é a mola do setor, então ter um crédito garantido é uma notícia muito boa para todos os segmentos”, afirma a gerente de crédito imobiliário da Queiroz Galvão, Conceição Silva. 

Para Valadão, os resultados da oferta de crédito nos indicadores de compra serão percebidos de forma mais clara a partir do próximo ano. “A resposta mais rápida que vamos sentir será na geração de empregos, já que os canteiros de obra vão exigir mais mobilização”, diz. O desaquecimento do setor tem uma relevante participação nos indicadores recordes de desemprego no País. Segundo dados do Caged, a construção civil desmobilizou mais de 20 mil trabalhadores no País entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015.

Já o nível de atividade da construção vem apresentando melhora, segundo o levantamento de junho realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice foi de 41,2, enquanto no mês de maio era de 40,1. Quanto mais o número se aproxima de 50, menor é a retração do setor. 

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