O procurador da República do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal, Frederico Paiva, disse nesta quinta-feira (28), que "fica incomodado" com a queda no valor das ações do banco Bradesco após aceitação de denúncia pela Justiça em caso que envolve a instituição. Segundo ele, estão sendo denunciadas pessoas, e não o banco. "A empresa tem que ser respeitada", afirmou. Paiva ressaltou que em nenhum momento a solidez do Bradesco foi questionada. A ação PN do Bradesco operava nesta tarde em queda de 4,83% e a ON caía 2,98% na Bovespa.
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Durante entrevista coletiva com a imprensa, os investigadores citaram os bancos Santander e Safra em casos já denunciados. Segundo Paiva, o caso Santander não é semelhante ao do Bradesco, já que não foram feitas interceptações telefônicas. "Não conseguimos chegar ao contato do Santander", disse, ressaltando que foram constatadas ofertas de atos de corrupção feitas por agentes públicos.
Em maio, a Procuradoria da República do Distrito Federal denunciou o Santander em caso envolvendo supostas negociações de propina no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
TRABUCO
Frederico Paiva voltou a afirmar que o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, se envolveu no suposto esquema de corrupção no Carf, alvo de denúncia aceita pela Justiça.
De acordo com o procurador, ainda que não participasse diretamente das reuniões entre diretores do Bradesco e a chamada organização criminosa, Trabuco "fazia intervenções". Segundo ele, o executivo chegou até a passar nas reuniões e tecer comentários. Ressaltou ainda que há citação do nome do presidente pelos investigados em diversas ocasiões.
"O Trabuco, para assumir a presidência do Bradesco, ingênuo ele não é", afirmou.