Diante da crise econômica e do aumento do desemprego, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares perdeu mais de 1,6 milhão de beneficiários nos últimos doze meses, de acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Em Pernambuco, no mesmo período, mais de 33 mil pessoas cancelaram o plano ou tiveram o benefício cortado.
Em junho de 2016, o setor registrou 48,5 milhões de beneficiários em planos de assistência médica no País, número inferior ao verificado em junho de 2015, 50,1 milhões. Destes, a queda mais expressiva ocorreu nos planos do tipo coletivo empresarial que passaram de 33,2 milhões para 32,1 milhões em junho deste ano. Na modalidade individual/familiar são 9.5 milhões, antes eram 9,8 milhões. Enquanto nos coletivos por adesão o total de beneficiários caiu de 6,7 milhões para 6,5 milhões no período.
Pernambuco também apresentou redução nos planos coletivos empresariais, passando de 836,1 mil usuários em junho de 2015 para 791,8 mil em junho deste ano. Mas, se comportou de forma diferente do cenário nacional, registrando aumento nos beneficiários dos planos individual/familiar, com 392,5 mil em 2015 contra 393,8 mil em 2016, e coletivo por adesão, que passou de 142,4 mil (2015) para 152,9 mil (2016).
Segundo Flávio Wanderley, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) Regional Norte e Nordeste, a redução no total de beneficiários reflete a situação econômica do País. “O universo de usuários, até 2014, era de 50 milhões em todo o Brasil. Mas, desde 2015, sentimos o impacto da crise, pois com a queda expressiva do PIB as empresas entraram em um processo de redução de custos, com desligamento de pessoal e redução de benefícios. Além de quem perdeu a assistência em razão das demissões, as pessoas individualmente tiveram a renda diminuída e cortaram o plano de saúde, recorrendo ao SUS ou às clínicas populares”, avalia.
A Abramge calcula que para cada ponto percentual de queda do PIB, o setor de Saúde Suplementar perde cerca de 250 mil usuários. Para atrair novos usuários, os planos estão reduzindo a carência e realizando portabilidades com redução da abrangência. “Somos otimistas. Esperamos fechar o ano recuperando parte dos beneficiários que perdemos no último um ano e meio”.