Agosto começou em ritmo cauteloso, o que se refletiu no baixo volume de negócios e na alta do dólar frente ao real nesta segunda-feira (1). A moeda americana já abriu em alta, refletindo principalmente o cenário internacional mais adverso, com queda forte do petróleo e dados econômicos aquém do esperado. A volta dos leilões de swap reverso do Banco Central e a expectativa pelo retorno das atividades no Congresso também incentivaram a valorização da moeda americana.
Leia Também
Depois de oscilar entre a mínima de R$ 3,2466 (+0,14%) e a máxima de R$ 3,2748 (+1,01%), o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 3,2693, com avanço de 0,84%. Foram movimentados US$ 583 milhões em negócios (US$ 575,8 milhões em D+2). No mercado futuro, o dólar para setembro fechou em alta de 0,67%, aos R$ 3,2980. O volume financeiro negociado totalizou cerca de US$ 8,9 bilhões.
A aversão ao risco voltou a dar o tom dos negócios no mercado internacional com a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China, que frustrou investidores. O indicador caiu para 49,9 em julho, ante 50,0 em junho, abaixo das estimativas, que previam ligeira alta, para a 50,1. O PMI industrial do Reino Unido também trouxe frustração ao cair de 52,4 em junho para 48,2 em julho. Resultados abaixo de 50 indicam desaceleração econômica.
As preocupações com sinais de aumento da produção de petróleo levaram os preços da commodity a cair mais de 3% nas bolsas de Nova York e Londres, o que também influenciou o fortalecimento da moeda americana em todo o mundo. A política monetária nos Estados Unidos foi outro fator de cautela, que contribuiu para o fortalecimento do dólar. Hoje, o presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, afirmou que uma elevação dos juros nos Estados Unidos em setembro "está sem dúvida sobre a mesa", mesmo que o Fed tenha advertido que o crescimento econômico deve seguir modesto no restante do ano.
Passada a disputa pela Ptax, na última sexta-feira, o Banco Central voltou a promover leilões de contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de moeda no mercado futuro e ajudam a colocar mais pressão sobre as cotações. Foram vendidos todos os 10 mil contratos ofertados, o equivalente a US$ 500 milhões.