A Bovespa segue à espera de um driver para definir seu rumo e voltou a operar de lado, sem fôlego para ganhos expressivos. O apetite dos investidores é limitado pela fraqueza de suas pares em Nova York e pela persistente rota de queda do petróleo no mercado internacional.
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Internamente, os investidores acompanham a sessão de pronúncia do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Embora operadores acreditem que a saída definitiva da petista já tenha sido precificada, a hipótese de um placar amplamente favorável ao afastamento ainda pode animar a Bolsa - já que reforça a expectativa de ingresso de recursos no País.
O Ibovespa encerrou ao redor da estabilidade pelo terceiro pregão seguido. Nesta terça-feira (9) terminou em leve alta de 0,09%, aos 57.689,41 pontos. Ontem, marcou baixa de 0,04% e, na sexta-feira (5) registrou discreto ganho de 0,12%.
No pregão desta terça-feira, o índice à vista bateu mínima aos 57.615 pontos (-0,04%) no início da tarde, enquanto durante a manhã alcançou os 58.095 pontos (+0,80%) na máxima, aproveitando que o petróleo ainda apresentava valorização em Londres e em Nova York. O giro financeiro somou R$ 5,51 bilhões. No mês de agosto, a Bolsa tem ganho acumulado de 0,67% e, no ano, de +33,08%.
"Há dias a Bovespa está nesse zero a zero. Desde o início das discussões do impeachment as ações subiram bastante, então chega uma hora em que fica difícil ter argumento para continuar comprando. Os poucos que vendem, realizam um pouco dos lucros, mas logo entra comprador. A Bolsa está esperando uma novidade para definir um rumo mais firme", comentou um operador de renda variável, enquanto monitorava pela televisão a sessão de pronúncia do processo de impeachment de Dilma no Senado.
Os senadores estão discursando desde cedo. Depois, são mais 30 minutos para acusação e 30 minutos para defesa, quando terá início a votação eletrônica. A sessão deve se estender até a manhã desta quarta-feira, 10.
Voltando ao Ibovespa, as ações da Petrobras devolveram os ganhos vistos durante a manhã e terminaram em queda de 0,51% (ON) e 0,25% (PN), em linha com a fraqueza do petróleo no exterior. Em meio a previsões de aumento na produção da commodity nos Estados Unidos, os contratos futuros fecharam em queda, pressionados também pelo ceticismo em relação à possibilidade de a Organização dos Países Organizadores de Petróleo (Opep) congelar a produção em setembro.
O WTI para setembro, negociado na Nymex, fechou em queda de 0,58%, aos US$ 42,77 por barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na ICE, em Londres, recuou 0,90% e encerrou o pregão a US$ 44,98 o barril.