A percepção de que os juros norte-americanos não devem subir neste ano, reforçada pela ata da última reunião do Federal Reserve, deu fôlego na tarde desta quarta-feira (18) à Bovespa, que fechou na maior pontuação do ano.
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Pouco depois da divulgação do documento, os mercados acionários em Wall Street migraram para o território positivo e levaram junto o Ibovespa, que desde então passou a bater máximas diante da perspectiva de que a postergação do aperto monetário nos Estados Unidos mantém o mercado brasileiro atrativo para recursos estrangeiros.
Internamente, a Bovespa também contou com um fator técnico; o vencimento de Ibovespa Futuro. Se por um lado os investidores vendidos levavam a melhor durante a primeira parte do pregão, quando uma onda de realização de lucros predominava nos mercados acionários, após às 15h o jogo virou e os comprados foram favorecidos. Segundo operadores, o exercício acabou ampliando as variações de queda e alta do Ibovespa ao longo da sessão.
O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira em alta de 0,80%, aos 59.323,82 pontos, na máxima. Este é o maior patamar desde o dia 5 de setembro de 2014 (60.681 pontos). Durante a manhã, quando os mercados acionários em Nova York e no Brasil passavam por um ajuste dos ganhos recentes, o índice à vista bateu mínima aos 58.081 pontos (1,32%). O volume financeiro somou R$ 14,3 bilhões, inflado pelo vencimento de Ibovespa Futuro.
Em reação à ata do Federal Reserve, diante da percepção de uma postura mais "dovish" do banco central norte-americano, os investidores reduziram suas apostas sobre as chances de um aperto monetário em 2016.
Segundo dados do CME Group com base nos futuros dos fed funds, as chances de uma alta na reunião de setembro caíram de 18% logo antes da divulgação da ata para 12%. Para novembro, as apostas foram reduzidas de 19,7% para 13,8%. As possibilidade de aperto de dezembro, por sua vez, caiu de 54,2% para 46,7%. A primeira reunião onde as probabilidades de alta superam os 50% é apenas em março de 2017.
No Ibovespa, as ações da Petrobras terminaram o dia em alta de 1,71% (ON) e 2,16% (PN), favorecidas também pela recuperação dos preços do petróleo. Em alta pelo quinto pregão seguido, os contratos futuros avançaram após o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) apontar queda expressiva nos estoques semanais da commodity. O recuo é visto pelos investidores como um alívio do excesso de oferta e ajuda a puxar o petróleo para cima.
Os papéis da Vale, por sua vez, subiram 0,74% (ON) e 0,12% (PNA), a despeito do recuo de 1,1% do preço do minério de ferro no mercado chinês. O insumo é negociado a US$ 61,1 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index.