O dólar fechou nesta segunda-feira (5) no maior nível desde o final de julho, ao superar R$ 3,28 no mercado à vista, em meio à apreensão com o ambiente doméstico. De acordo com agentes financeiros, o movimento no câmbio se ancorou na contínua preocupação com o apoio político necessário para o andamento do programa de reformas e de ajuste fiscal do governo de Michel Temer. Contribuiu também para a alta do dólar a tensão trazida pela nova operação da Polícia Federal, batizada de Greenfield. No entanto, o impacto mais acentuado desses assuntos no câmbio só foi possível pela baixa liquidez, gerada pelo feriado nos Estados Unidos, de acordo com os especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
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No mercado à vista, o dólar negociado no balcão fechou em alta de 0,96%, aos R$ 3,2816, valor mais elevado desde 28 de julho, quando encerrou aos R$ 3,2943. De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios no segmento à vista somou US$ 595,396 milhões. Já no segmento futuro, o contrato de dólar para outubro avançou 0,73%, aos R$ 3,3080, com giro de US$ 6,555 bilhões.
O volume de negócios deve melhorar na terça-feira com o retorno das operações em Nova York, mas só deve se aproximar da normalidade na quinta-feira, disseram os profissionais do câmbio No meio do caminho, há ainda o feriado brasileiro de Sete de Setembro, na quarta-feira.
Na agenda doméstica, está prevista para amanhã a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando os dirigentes do Banco Central deram sinais de que cortes de juros estão mais próximos. Por isso, o mercado deve ler o documento em busca de detalhes sobre os futuros passos do BC e o possível ritmo de alívio monetário. Além disso, os Estados Unidos publicam números de atividade econômica, que podem servir como base de análise na discussão sobre o futuro aperto monetário do Federal Reserve.