O dólar se fortaleceu ante o real nos minutos finais da sessão desta quinta-feira (8) depois de permanecer em viés negativo durante grande parte do dia. De acordo com agentes financeiros, o câmbio doméstico se alinhou com outras moedas de mercados emergentes, que recuaram a partir do final da manhã em meio à frustração gerada com o posicionamento do Banco Central Europeu (BCE) sobre estímulos. Também contribuíram para o movimento do câmbio compras oportunísticas da divisa norte-americana, após forte queda na sessão anterior, e alguma cautela entre os investidores frente ao ambiente político, diante de aparentes rachas na base aliada de Michel Temer e iminência do julgamento sobre a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Leia Também
No mercado à vista, o dólar negociado no balcão fechou aos R$ 3,2163 em alta de 0,13%. Na máxima, a divisa chegou aos R$ 3,2171 (+0,16%), faltando cerca de cinco minutos para o fechamento. De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios somou US$ 1,104 bilhão. No segmento futuro, o contrato de dólar para outubro avançou 0,31%, aos R$ 3,2310, com giro de US$ 18,039 bilhões. Na máxima, a divisa tocou R$ 3,2415 (+0,64%).
Mais cedo, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, frustrou expectativas de investidores, que esperavam que a instituição anunciasse uma ampliação no período de vigência do programa de compra de bônus da instituição, o que não aconteceu. Com isso, prevaleceu a leitura de que os emergentes podem não receber tanto capital quanto se esperava num ambiente de continuidade de estímulos. No final da tarde, o dólar avançava 1,08% ante o rand sul-africano e ganhava 0,61% na comparação com a lira turca, enquanto subia 0,53% frente ao peso chileno e 1,76% contra o peso mexicano.
Por aqui, o dólar caiu ante o real durante a maior parte da tarde. Para profissionais do câmbio, o motivo da baixa veio com a decisão de Michel Temer de enviar para o Congresso o projeto de reforma da Previdência até o fim do mês. Também houve avanços, de cerca de 4%, nos contratos futuros de petróleo, e resultados melhores que o esperado da balança comercial chinesa. Além disso, há expectativa local de entrada de recursos estrangeiros em concessões de infraestrutura, após viagem de Temer à China para reuniões com empresários e líderes do G-20.