Uma combinação de fatores positivos - internos e externos - alimentou o bom humor no mercado de ações nesta quarta-feira (5) levando o Índice Bovespa a subir 1,54%, aos 60.254,34 pontos, novo pico no ano e maior nível desde 5 de setembro de 2014. A influência positiva começou com a alta dos preços do petróleo e das bolsas americanas, mas ganhou fôlego extra com o noticiário doméstico, que apontou para vitórias do governo na condução das medidas de ajuste fiscal.
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Os acordos na base aliada do governo para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos foi a base do otimismo dos investidores, mas não o único fator a incentivar as ordens de compra. Também teve boa receptividade a aprovação à tarde na Câmara, do projeto de urgência para a tramitação do projeto que altera a lei de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior. A previsão é que a votação do projeto comece na noite de hoje e seja concluída amanhã.
A tarde no Congresso contou ainda com o início das discussões na Câmara do projeto de lei que retira a obrigação de a Petrobras participar de todos os consórcios de exploração dos campos do pré-sal. Em maioria no plenário, os deputados da base aliada do governo conseguiram derrubar uma manobra da oposição, que pedia o adiamento da votação do projeto. O fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras nas licitações é considerado no mercado uma necessidade, uma vez que a estatal está em pleno processo de desinvestimento.
As ações da Petrobras já vinham operando em alta desde o período da manhã, apoiadas em uma alta significativa dos preços do petróleo no mercado internacional. À tarde, o transcorrer da sessão de discussões na Câmara fez acelerar o ritmo de altas e os papéis da empresa chegaram a subir mais de 4%. Ao final do pregão Petrobras ON teve alta de 3,14% e Petrobras PN avançou 3,99%. Segundo operadores, as ações refletem ainda a expectativa de venda da BR Distribuidora, que deve ter fortes concorrentes, gerando recursos expressivos para a petroleira.
No cenário externo, as atenções se mantiveram concentradas na questão da política monetária dos Estados Unidos. Pela manhã os dados de empregos do relatório ADP ficaram abaixo do esperado, o que alimentou a tese de que a economia americana não está tão aquecida e que uma elevação de juros neste ano pode não ser recomendável. Com isso, as bolsas americanas reagiram com alta. De volta ao Brasil, as ações de bancos brasileiros acompanharam o bom humor nos Estados Unidos e tiveram altas significativas. Banco do Brasil ON teve alta de 2,26%, seguido por Itaú Unibanco PN (+1,96%) e Bradesco ON (+1,50%).