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Seca no Nordeste pode elevar custo da energia

Apesar da redução nas tarifas de energia de distribuidoras de São Paulo e Goiás, a seca no Nordeste pode levar a um aumento no custo da energia a partir de novembro

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Publicado em 19/10/2016 às 7:16
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Apesar da redução nas tarifas de energia de distribuidoras de São Paulo e Goiás, a seca no Nordeste pode levar a um aumento no custo da energia a partir de novembro - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Apesar da redução nas tarifas de energia de distribuidoras de São Paulo e Goiás, anunciadas na terça-feira (18), a seca no Nordeste pode levar a um aumento no custo da energia no mercado a partir de novembro. 

Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai começar a usar o volume efetivo de água que chega nos reservatórios da Bacia do Rio São Francisco para calcular o custo de energia no mercado à vista - ambiente onde atuam indústrias e grandes consumidores. Até agora, os modelos de preços não refletiam as mudanças na operação feitas por causa da situação hidrológica.

De acordo com despacho, publicado na terça-feira, 18, no Diário Oficial da União, o programa será atualizado de acordo com as recomendações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que pode elevar o custo da energia na região, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. "Agora, o modelo vai representar de maneira realista a defluência (quanto passa de água no reservatório). Isso tem efeito de elevar o PLD (preço do mercado à vista), sim." Segundo ele, a mudança vai aperfeiçoar o modelo e já foi feita em outros momentos no passado. "Por essa razão, isoladamente, o PLD tende a aumentar "

O impacto, no entanto, deve chegar ao bolso de todos os consumidores brasileiros. Isso porque, embora a liberação de água dos reservatórios das hidrelétricas da região esteja inferior aos valores normalmente programados, esse cenário ainda não está refletido nos programas que dão base para o cálculo do PLD, que baliza o sistema de bandeiras. 

O PLD é um dos principais itens que define o sistema de bandeiras tarifárias. Quando o custo da energia no mercado à vista sobe além de R$ 211 por megawatt hora (MWh), é acionada a bandeira amarela, que adiciona R$ 1,50 a cada 100 quilowatt hora (kWh) de consumo. 

Quando esse preço supera os R$ 422, vigora a bandeira vermelha, que adiciona R$ 3,00 a cada 100 kWh. Se todo o parque de usinas térmicas é ligado, é acionado o segundo patamar da bandeira vermelha, que acrescenta um custo extra de R$ 4,50 a cada 100 kWh. Atualmente, o PLD está em 193,41/MWh no conjunto das regiões, e a bandeira está verde, sem cobrança extra.

Menos água

Segundo Rufino, com vazões menores, a geração de energia dessas hidrelétricas será reduzida no submercado Nordeste e terá de ser compensada por usinas localizadas em outros submercados, como o Sudeste/Centro-Oeste, Norte ou Sul. Embora não haja risco de faltar energia, a preocupação está no abastecimento de água na região. "Não adianta secar os reservatórios, tem de regular o uso", explicou Rufino.

A decisão envolve as usinas de Sobradinho, Luiz Gonzaga, Complexo Paulo Afonso/Moxotó e Xingó. Nos próximos dois meses e ao longo de 2017, o modelo de médio prazo vai considerar uma vazão de 800 metros cúbicos para as usinas. 

Para a usina de Três Marias, a vazão defluente (água que passa pela turbina e gera energia e a que não gera energia) fixa deverá ser definida pelo grupo gestor de recursos hídricos da bacia do Rio São Francisco. Caso o grupo não estabeleça um valor, será considerada a vazão mínima de 420 metros cúbicos por segundo. De acordo com a nota técnica do ONS, a seca que atinge a bacia do Rio São Francisco pode levar a bacia ao colapso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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