O impacto da tensão externa no câmbio superou os efeitos da internalização de recursos no Brasil, levando ao segundo avanço consecutivo do dólar. No mercado à vista, a divisa dos EUA fechou em alta de 0,42%, aos R$ 3,1564, acumulando ganho de 1,54% em duas sessões. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 1,530 bilhão. Já no segmento futuro, o contrato para novembro encerrou com elevação de 1,07%, aos R$ 3,1760, com giro de US$ 17,506 bilhões.
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Lá fora, prevaleceu a cautela em meio à perspectiva de que as principais economias do mundo podem estar se preparando para reduzir os estímulos monetários, ao mesmo tempo em que firma-se a aposta de elevação de juros nos EUA ainda em 2016. Nas máximas, o dólar à vista chegou aos R$ 3,1608 (+0,56%) à tarde, e o futuro para novembro tocou R$ 3,1770 (+1,10%).
Por aqui, o ganho da divisa norte-americana foi limitado - e chegou a ser revertido de manhã - pelo fluxo positivo decorrente da lei de regularização de capital mantido no exterior. Nas mínimas, dólar à vista atingiu R$ 3,1283 (-0,48%) e o futuro para novembro tocou R$ 3,1305 (-0,38%).
Até as 17 horas de hoje, a Receita Federal informou que a repatriação de recursos no exterior registrou R$ 45,78 bilhões de imposto e multa decorrentes da regularização de ativos. Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a arrecadação com o programa ainda deve aumentar, com chance de superar os R$ 50 bilhões. "Vai passar", afirmou. Já questionado se superariam os R$ 80 bilhões, ele não se arriscou. "Vamos ver."
Para facilitar o trabalho daqueles que deixaram a regularização para a última hora, o Banco Central decidiu ampliar o horário de encerramento do registro, pelos bancos, das operações de câmbio de 19 horas para 23 horas. A mudança vale entre os dias 26 e 31 de outubro.