Bolsa de Valores

Bovespa fecha em queda de 1,40% após vitória de Trump

Bovespa chegou a cair 3,68% pela manhã, mas discurso de Trump com um tom mais conciliador diminuiu tensão nos mercados

Estadão Conteúdo
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Publicado em 09/11/2016 às 18:34
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Bovespa chegou a cair 3,68% pela manhã, mas discurso de Trump com um tom mais conciliador diminuiu tensão nos mercados - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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Passada a surpresa inicial com a vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton na eleição presidencial dos Estados Unidos, as bolsas norte-americanas encontraram espaço para operar em alta significativa nesta quarta-feira (9) o que evitou um movimento mais brusco de correção na bolsa brasileira. A Bovespa chegou a cair 3,68% pela manhã, ensaiou uma alta à tarde e terminou o dia com baixa de 1,40%, aos 63.258,26 pontos.

A chave para o desempenho menos tenso nos mercados foi dada pelo próprio Trump, que em discurso de vitória acenou aos americanos com um tom conciliador, pregando "união" e com a promessa de governar para todos os americanos. Até o início da apuração de votos, a previsão era de que as bolsas reagiriam com fortes perdas no caso de uma vitória do polêmico candidato republicano, até então considerada improvável. Esse impacto chegou a ser visto na madrugada, com as fortes quedas nas bolsas da Ásia e nos índices eletrônicos de Nova York. 

"O fato de a confirmação da vitória ter acontecido na madrugada foi de certa forma positivo, uma vez que deu tempo para o mercado digerir a notícia. Quando as bolsas daqui e dos Estados Unidos abriram, já havia uma percepção mais madura sobre o que representava a vitória de Trump", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. O analista afirma que o discurso mais ameno foi fundamental para a melhora de humor nas bolsas norte-americanas, onde os investidores teriam passado a considerar que o discurso do candidato havia dado lugar a um novo discurso, agora de presidente eleito. No entanto, ele alerta que as incertezas quanto ao governo Trump devem persistir ainda por algum tempo, até que o perfil do governo esteja mais claro para o investidor.

Em meio às diversas análises sobre o futuro dos Estados Unidos e da economia global sob a gestão de Donald Trump, um fator alheio à eleição americana foi bastante relevante nos mercados de ações. A alta de 4,7% do minério de ferro no mercado à vista chinês impulsionou as ações de empresas ligadas à cadeia do aço no mundo todo. No Brasil, as ações da Vale operaram em alta expressiva durante todo o dia e terminaram o pregão com ganhos de 4,30% (ON) e de 1,86% (PNA). Gerdau PN subiu 6,36% e foi a maior alta do Ibovespa, com as ordens de compra também incentivadas pelo resultado financeiro trimestral da companhia, que foi bem recebido no mercado.

Já a instabilidade dos preços do petróleo não ajudou muito as ações da Petrobras. Os papéis da estatal alternaram altas e baixas e acabaram por seguir sentidos opostos. Petrobras ON subiu 0,94%, enquanto Petrobras PN caiu 2,29%. Na coluna das quedas, as mais importantes ficaram com as ações de bancos, por sua grande participação na composição do Ibovespa. Banco do Brasil fechou em baixa de 3,54% e Bradesco PN, de 2,75%.

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