O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a nova previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2017, que será anunciada na semana que vem, já vai levar em conta os efeitos da vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Leia Também
"No momento que tivermos o número, logo no início da semana que vem, vamos divulgar imediatamente", declarou o ministro em Nova York nesta quinta-feira, 17, a jornalistas, após uma reunião com investidores. A previsão inicial da Fazenda era de expansão de 1,6% do PIB em 2017, mas o número deve ser reduzido. A equipe econômica sinalizou um crescimento ao redor de 1%.
Para explicar os motivos da revisão para baixo, Meirelles fez uma analogia da crise atual com outras crises que o País enfrentou, especialmente a de 2008, quando ele estava na presidência do Banco Central. A crise atual começou a ser combatida em maio, quando o presidente Michel Temer assumiu o Planalto. "Foi quase dois anos depois que começou."
Já a crise de 2008, disse Meirelles, foi "duríssima", mas combatida muito rapidamente e de forma "forte". "O PIB brasileiro caiu mais de 13% em termos anualizados em um trimestre. Foi muito dura, mas reagimos muito rapidamente." Assim, quando o Brasil voltou a crescer, as empresas estavam saudáveis, o que ajudou na retomada.
Como a crise atual demorou muito tempo para ser combatida, Meirelles afirmou que a saúde geral da economia ficou mais deteriorada e várias empresas, com problemas financeiros e em recuperação judicial. "Tudo isso demora um pouco para retomar, mas já está em andamento. É uma recuperação sólida e gradualmente vai aumentar a taxa de crescimento, principalmente, porque estamos trabalhando em outras reformas, como em infraestrutura."
Ajuste fiscal
Meirelles disse que a maior fonte de questionamento de investidores em Nova York tem sido sobre as medidas do ajuste fiscal. A questão da crise dos Estados é alvo menor das preocupações e os americanos têm mostrado "alívio" quando o ministro reafirma que não pretende comprometer o ajuste ao tentar ajudar os Estados problemáticos.
Os protestos que têm acontecido no Rio são vistos em Nova York como um fato isolado, que refletem a situação "dramática" em que está o Estado, disse Meirelles. "São medidas muito duras que estão sendo tomadas no Rio, ou que estão sendo propostas, mas por outro lado mostram para todos os demais Estados que precisamos agir com firmeza, com o pé no chão para evitar que o Brasil inteiro fique como o Rio." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.