JUROS FUTUROS

Juros fecham em alta com derrota do governo na CAS e avanço do dólar

O contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2018 fechou com taxa de 9,070%

Estadão Conteúdo
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Publicado em 20/06/2017 às 17:30
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O contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2018 fechou com taxa de 9,070% - FOTO: Foto: USP Imagens
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Os juros futuros fecharam em alta a sessão regular do segmento BM&F da B3, firmada no período da tarde, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ter rejeitado o texto da reforma trabalhista. O ambiente externo, nesta terça-feira (20) também hostil, contribuiu para correção de parte das quedas vistas nas últimas sessões. A agenda trouxe dados da arrecadação e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, mas ficou em segundo plano.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 fechou com taxa de 9,070%, ante 9,020% no ajuste de segunda-feira (19), com 259.760 contratos. A taxa do DI para janeiro de 2019 (443.080 contratos) subiu de 8,98% no ajuste de segunda para 9,07%. A taxa do DI para janeiro de 2021 (285.790 contratos) terminou em 10,14%, de 9,99%.

A votação da reforma trabalhista na CAS, uma espécie de termômetro sobre o apoio do governo com relação aos ajustes, gerava expectativa positiva no mercado, que se apegava nas projeções de aprovação do parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) por um placar favorável de 11 a 8. A rejeição do texto, ainda que por um placar apertado de 10 votos contrários e 9 favoráveis, causou reação imediata, com os juros batendo máximas em sequência.

Tão logo o resultado foi divulgado, houve um esforço do governo para relativizar a derrota e afirmar que o texto será aprovado no plenário, o que, segundo um profissional da área de renda fixa, ajudou a acalmar o mercado. Da Rússia, o presidente Michel Temer disse que a vitória do governo no plenário é "certíssima". O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira disse que a rejeição do parecer pela CAS "não altera o cronograma". "A reforma vai ser aprovada", garantiu o ministro.

No exterior, o destaque foi a derrocada dos preços do petróleo, para perto do patamar de US$ 45 por barril, que pressionou o dólar no mundo todo, com impacto sobre a curva doméstica. No câmbio local, a tendência externa do dólar foi reforçada pelas preocupações com o cenário para as reformas após a derrota do governo na CAS. Às 16h23, no segmento à vista, o dólar subia 1,44% ante o real, aos R$ 3,3370.

Na meia hora final da sessão, o Ministério do Trabalho informou que o saldo do Caged em maio ficou positivo em 34.253 vagas, bem acima da mediana das estimativas, positiva em 19.187.

O dado não chegou a influenciar os negócios, mas para o ministro Ronaldo Nogueira é um fator positivo. "Podemos constatar que economia volta a dar sinais de recuperação, e a geração de empregos é um indicador que mostra isso", disse.

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