Depois de três anos de crise, o cenário para médias e grandes empresas é de crescimento em 2018. É o que aponta o estudo “Agenda 2018”, feito pela Deloitte, uma das quatro maiores empresas globais de auditoria e que está completando 100 anos de atuação no Recife. A pesquisa, que ouviu gestores de 750 empresas com atuação no Brasil, projeta um crescimento médio de 19% nas suas receitas líquidas para o próximo ano.
E não apenas isso. 56% das empresas disseram que vão lançar novos produtos e serviços, 41% dos empresários pesquisados esperam contratar mais funcionários, 13,2% é, em média a margem de lucro esperada para 2018; 15,8% pretendem aumentar os investimentos. Um cenário bem diferente do que tivemos nos últimos anos. “Será um ano para aproveitar a retomada econômica. Quem fez o dever de casa enxugando custos e reduzindo impostos, através do planejamento tributário, pode aproveitar o momento para voltar a crescer”, afirma o sócio-líder da Deloitte no Recife, Edson Cedraz.
O executivo aponta com ponto favorável para este cenário o que chamou de “descolamento” entre a política e a economia. Para Edson Cedraz, apesar de 2018 ser um ano eleitoral com um cenário político ainda indefinido, o Brasil conquistou uma certa estabilidade política com a a volta das obras de infraestrutura e aprovação das reformas tributárias e trabalhista. “As reformas, apesar de ainda não serem as ideais, trouxeram avanços que dão mais tranqUilidade aos investidores, independente da eleição presidencial”, afirmou Cedraz. As empresas que fizeram parte da pesquisa Agenda 2018 somam R$ 1,7 trilhão de receitas o que representa 27% do PIB brasileiro estimado para 2017.
EMPRESÁRIOS
Em relação às empresas do Nordeste o ambiente de otimismo também existe e é até um pouco maior. Representantes da região estimam ter, em 2018, um crescimento de receita líquida de 23%, em relação a 2017, quatro pontos percentuais acima da média geral das demais regiões do Brasil que foi de 19%. Quanto aos investimentos, as empresas nordestinas têm a expectativa de ampliar os aportes em 19% em 2018, um dos valores mais altos levantados no País nesta edição da pesquisa.
Para a Deloitte, 2018 será seguramente um ano de estabilização e de retomada do mercado. “Nos últimos anos, os nossos clientes corporativos nos procuravam com a preocupação de que seu negócio sobrevivesse a crise. Hoje, os empresários já voltam a falar em planejamento para cinco, dez anos”, disse Edson Cedraz. Para ele, é necessário porém que as empresas se interessem por inovação, cuidem da imagem da empresa e invistam na formação da mão de obra. “Quem tomar esses cuidados de maneira mais organizada e estruturada, vai sair na frente”, conclui Cedraz.