Após a ampliação do uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento de imóveis até R$ 1,5 milhão - medida anunciada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na semana passada - os bancos começam a ensaiar uma retomada de estímulos para a compra da casa própria de médio e alto padrão. Além do Santander ter iniciado uma fase de testes na linha pró-cotista, a mais barata depois do MCMV, ontem (14), o Itaú Unibanco confirmou a redução da taxa de juros da Carteira Hipotecária (CH), modalidade usada para financiar imóveis a partir de R$ 800 mil no Nordeste.
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A partir desta sexta-feira (17), os clientes que pretendem financiar via CH passarão a ter a mesma condição de juros daqueles que optam pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Alinhado aos objetivos da Resolução 4676 da CMN, que visa justamente estimular o setor imobiliário, o Itaú unificará as taxas, reduzindo o juro da carteira hipotecária de 9% ao ano para o patamar mínimo de 8,8%, independente do valor do imóvel. No primeiro semestre deste ano, o banco já havia ampliado o teto do financiamento para 82% do valor total do imóvel, acima dos 80% geralmente praticado no mercado.
“É uma boa notícia para o setor. Quando se reduz a taxa de juros há um ânimo. A ação de um banco estimula a movimentação dos demais, e só quem tem a ganhar é o comprador”, avalia o diretor de política habitacional da Ademi-PE, Genildo Valença.
Taxas
Por enquanto, com essa redução, o Itaú passa a ser o banco com a menor taxa de juros para financiamento com recursos da própria entidade. Dos quatro principais bancos procurados, Santander (com taxa de 9,49%) e Caixa (10%) não confirmaram a possibilidade de redução das taxas. Banco do Brasil (9,35%) e Bradesco (9,3%) não responderam. O financiamento via CH se diferencia do financiamento via SFH por não ter limite no valor do imóvel a ser financiado e ter taxas de juros mais altas. No SFH, o limite da taxa de juros é fixado em 12%.