O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta quarta-feira (28) que os bancos passarão a ser obrigados a usar a taxa de câmbio para gastos com cartão de crédito no exterior do dia em que a despesa for efetuada. Atualmente, os bancos cobram a taxa de câmbio vigente no dia do vencimento da fatura. Segundo Ilan, essa nova regra, porém, ainda demorará "um tempo", que não foi especificado, para ser regulamentada, para que os bancos possam alterar seus sistemas de cartões de crédito.
Permitida pelo BC desde o final de 2016, opção de travar cotação do dólar em compras e pagar fatura com o câmbio do dia de cada transação só é oferecida apenas por alguns bancos, segundo o BC. "É uma medida que facilita a vida do cidadão, o brasileiro ficará mais confortável em saber quanto está gastando em reais", afirmou.
Próximas ações
O presidente do Banco Central também citou projetos que ainda estão em elaboração pela autoridade monetária e que devem ser tomadas a partir de 2019. Entre elas, está o "open banking" para padronizar o intercâmbio de dados entre bancos e fintechs, como já existe na Europa. "Um projeto que também está germinando são os pagamentos instantâneos. Para isso é necessário um sistema coordenado", completou.
O BC também prepara um projeto de Lei de Coordenação de Estabilidade Financeira, com a criação de um comitê que poderá decidir ações emergenciais em momentos de crise.
Entre as medidas planejadas pelo BC também está o registro de recebíveis, que busca dar mais segurança para as garantias. O projeto de Lei de Resolução Bancária também deve ser apresentado pela autoridade monetária. "Também vamos modernizar e tornar mais amigável o Sistema de Informações de Crédito (SCR3)", citou o presidente do BC.
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Ilan Goldfajn lembrou ainda que em 2019 o Brasil assumirá a presidência do Banco dos Brics e afirmou que o País pretende implementar algumas iniciativas na instituição multilateral.
O presidente do BC concede nesta quarta-feira entrevista coletiva para apresentar os resultados dos dois anos da Agenda BC+, de ações da instituição nas áreas de cidadania financeira, melhoria da eficiência no sistema financeiro, arcabouço legal e custo de crédito.