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Ministro do Turismo defende abertura das empresas aéreas ao capital estrangeiro

Expectativa é que dois milhões de novos empregos sejam criados no País até 2022 com a medida

Mona Lisa Dourado
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Mona Lisa Dourado
Publicado em 17/05/2019 às 12:09
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Expectativa é que dois milhões de novos empregos sejam criados no País até 2022 com a medida - FOTO: Foto: Cortesia
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FOZ DO IGUAÇU - A geração de dois milhões de novos empregos no setor de turismo no País até o ano de 2022 passa pela abertura das empresas aéreas brasileiras ao capital estrangeiro e pelo crescimento do número de visitantes internacionais após a isenção de visto para viajantes vindos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. Foi o que defendeu na última quarta-feira (15) o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, durante o 1o. Encontro de Líderes: turismo, negócios, investimentos, que ocorre até esta sexta-feira (17), em Foz do Iguaçu, no Paraná. “Já foi detectado pelo Ministério do Turismo o aumento de mais de 100% da procura (oriunda dos países beneficiados pela dispensa de visto) para os meses de junho, julho e agosto”, disse.

Marcelo Álvaro também citou o avanço, segundo ele, representado pela aprovação do Plano Nacional de Turismo do País, que será executado em regime de cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e municípios. O decreto que aprova o planejamento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. Além da alta no número de vagas no turismo, de 7 milhões para 9 milhões, as metas globais do documento para o período de 2018-2022 incluem incrementar de 6,5 milhões para 12 milhões a entrada de turistas internacionais no País e a receita vinda desses visitantes, de US$ 6,5 bilhões para US$ 19 bilhões.

Para o turismo nacional, a perspectiva é de que o número de brasileiros viajando dentro do País suba de 60 milhões para 100 milhões de pessoas. “Reduzir o custo-Brasil será fundamental para isso, assim como a aprovação da modernização da Lei Geral do Turismo (aprovada na Câmara e em tramitação no Senado). A transformação da Embratur em agência também está entre as metas.

O documento ainda cita que “o Ministério do Turismo estimulará a elaboração de planos estaduais, distrital, regionais e municipais de desenvolvimento turístico, em conformidade com o Plano Nacional de Turismo 2018-2022, com o objetivo de fortalecer a gestão descentralizada”. “Nosso objetivo é colocar o turismo no centro da agenda econômica do País”, declarou o ministro.

Sobre a abertura das companhias aéreas brasileiras ao investimento externo, Marcelo Álvaro afirmou que se trata de uma estratégia para baratear os bilhetes aéreos. A Medida Provisória que trata do assunto (863/18) foi aprovada em comissão mista da Câmara e do Senado no fim de abril, prevendo também a volta da obrigatoriedade da franquia de bagagem e o investimento na aviação regional. O despacho gratuito foi extinto em abril de 2017, quando entrou em vigor resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Questionado sobre o fato de que a retirada da franquia das bagagens não resultou na redução dos custos das passagens, conforme prometido, o ministro disse que “não era o objetivo” nesse caso. “Nossa ideia era dar oportunidade às companhias low cost”, justificou. Assegurou, ainda, que vai estudar a melhor forma jurídica para impedir a volta do despacho gratuito de bagagens.

INVESTIGAÇÃO

Marcelo Álvaro também falou sobre as denúncias de envolvimento do seu irmão, Ricardo Teixeira, e do contador da sua campanha, Danilo Jomaso, no escândalo das candidaturas laranjas, pelo qual é investigado pela Polícia Federal (PF). Segundo o ministro, tudo não passou de “um pedido de ajuda”.

Em depoimento à PF, o contador Danilo Jomaso disse que fez a prestação de contas de quatro candidatas na eleição de 2018, a pedido de Teixeira. “O meu irmão participava da minha campanha e parece que um dirigente do partido pediu auxílio a ele para dar o contato do contador que fazia a contabilidade da minha campanha. O meu irmão indicou apenas esse contador e não direcionado a ninguém. Foi apenas um auxílio pedido por um dirigente de um partido. Muito natural isso. Meu irmão participou da minha campanha, foi solicitado um auxílio a ele e ele indicou o contador”, disse o ministro. “Nunca sentei com nenhuma dessas moças para fazer nenhum tipo de proposta dessas ou orientei qualquer pessoa para fazer em meu nome”, acrescentou.

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