SESSÃO

Após cinco pregões de alta, Ibovespa recua de olho em destaques da Previdência

A Bolsa de Valores encerrou o dia aos 105.146,44 pontos

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Publicado em 11/07/2019 às 18:58
Foto: Agência Brasil
O Ibovespa mostrava leve alta de 0,10%, aos 110.786,43 pontos, entre mínima de 110.175,64 e máxima de 112.023,13, à tarde, saindo de abertura aos 110.677,48 pontos - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (11) em queda, interrompendo uma sequência de cinco pregões de alta que levou índice a subir quase quatro mil pontos. Descolado do índice Dow Jones, o principal termômetro do mercado acionário americano, que renovou nova máxima histórica, o Ibovespa trabalhou em terreno negativo a maior parte do dia e encerrou o pregão em queda de 0,63%, aos 105.146,44 pontos, com volume negociado de R$ 16,79 bilhões.

Após a aprovação do texto-base da reforma da Previdência no plenário da Câmara por votação expressiva, investidores adotaram uma postura cautelosa e optaram por embolsar ganhos diante do adiamento para apreciação dos destaques. Marcada inicialmente para às 9 horas, a sessão da Câmara foi adiada por falta de quórum, o que acendeu o sinal amarelo.

"A bolsa havia subido com força na segunda e na quarta-feira. Com esse atraso nos destaques, muita gente aproveitou para realizar lucros", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, ressaltando que o mercado monitora o grau de desidratação da reforma com a votação dos destaques.

Segundo informações apuradas pelo Broadcast em Brasília, o atraso na votação dos destaques seria motivado pela falta de acordo para mudanças nas regras de policiais federais e de professores.

Para o analista de investimentos da Mirae Asset, Pedro Galdi, o atraso na votação dos destaques trouxe certa preocupação em torno do cumprimento calendário da Previdência. Teme-se que, caso não haja entendimento, a votação do segundo turno fique para depois do recesso parlamentar, que se inicia em 18 de julho "Se a reforma ficar para agosto, só vai ser aprovada no Senado em outubro. Seria um atraso muito grande e prejudicaria a tentativa de reanimar a economia", afirma Galdi, ressaltando que os preços de algumas ações podem "parecer muito esticados" caso não se conte com uma melhora do ambiente econômico, com redução da Selic, apreciação do real e recuperação, mesmo que gradual, da demanda. "Se tudo der certo na Previdência e o humor com a economia melhorar, o Ibovespa pode ter um novo rali e buscar os 110 mil pontos".

Destaque positivo

Entre as principais ações do Índice, o destaque positivo foi as ações da Petrobras, com alta de mais de 1%, ao passo que Vale apresentou leve recuo e os bancos caíram em bloco. Também fecharam em baixa os papéis das empresas do setor siderúrgico, cujos resultados podem ser abalados pela alta do minério de ferro. Na ponta positiva, as ações da Eletrobras apresentaram a maior alta entre os papéis que integram a carteira teórica - o papel ON subiu 7,36% e o PNB, 4,67% -, após o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, estimar que o governo pode arrecadar cerca de R$ 18 bilhões com a capitalização da empresa, valor bem superior ao previsto durante o governo de Michel Temer Outro destaque foi o papel ON da Sabesp, que subiu mais de 4% na esteira de declarações do governador de São Paulo, João Doria, em Londres, dando conta que a privatização da empresa é a melhor opção.

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