O corte de juros no cheque especial por parte da Caixa Econômica Federal não teve ingerência do governo de Jair Bolsonaro, conforme o presidente do banco público, Pedro Guimarães. A instituição anunciou, na manhã desta terça-feira (12), redução de até 54,5% nas taxas do produto, empurrando a mínima para 4,99% a partir do mês que vem.
"Não teve ingerência do meu chefe na redução do juro do cheque especial. A redução foi matemática. Ainda assim teremos ganho", disse Guimarães, em coletiva de imprensa, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
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Apesar do corte, segundo o executivo, o juro do cheque especial continua alto e pode ser revisto em meio a uma eventual mudança na regulação do produto por parte do Banco Central. O regulador estuda permitir que os bancos no Brasil passem a cobrar tarifas para o uso do cheque especial, seguindo uma prática adotada nos Estados Unidos, e que ajudaria a baixar os juros cobrados na modalidade.
Para Guimarães, a redução do juro do cheque especial pode atrair "centenas de milhares de clientes" para a Caixa. Se isso acontecer, acrescentou, os bancos privados também podem ir nessa direção. Conforme ele, a despeito da redução do juro no crédito especial, o banco consegue ofertar mais produtos a esses clientes e rentabilizá-los melhor.
Ele informou ainda que o banco está próximo de lançar uma empresa para atuar no microcrédito. Conforme Guimarães, o foco será crescer fora das agências bancárias.