O porcentual das famílias que declararam ter dívidas aumentou para 64,2% em maio, ante 62,6% em abril, informou nesta quarta-feira (18) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Apesar da elevação do custo do crédito, mais famílias contraíram dívidas no mês.
Também na comparação com abril, o porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou em maio, passando de 23,4% para 24,4%. O resultado, no entanto, ficou abaixo dos 25,1% registrados em maio de 2010. Já o porcentual que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas voltou a subir, após queda expressiva no mês passado, alcançando 8,6% do total de famílias. Ambos os indicadores - de famílias com contas em atraso e de quem não terá condições de pagá-las - estão no maior patamar observado entre janeiro e maio deste ano.
O aumento no porcentual de famílias endividadas ocorreu em ambas as faixas de renda, mas foi mais acentuada nas famílias com ganhos superiores a dez salários mínimos (de 52,9% para 57,7% de abril para maio). O porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso também registrou em maio alta em ambos os grupos de renda, na comparação com abril. Para a faixa de menor renda, o indicador avançou de 25,2% para 26,1%. Na faixa de maior renda, por sua vez, o porcentual subiu de 13,3% para 14,4%.
A percepção em relação ao nível de endividamento das famílias brasileiras continuou se deteriorando em maio. O porcentual de famílias que se consideram muito endividadas alcançou 17,5%, o que indica um aumento ante a taxa de 15,7% de abril de 2011 e ao porcentual de 13,7% de maio de 2010.
Na comparação anual, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 21,3% para 22,7% e a parcela pouco endividada alcançou 23,9% do total dos endividados contra 23,7% em maio de 2010. Para 71,8% das famílias endividadas, o cartão de crédito foi apontado como um de seus principais tipos de dívida, seguido por carnês (20,7%) e crédito pessoal (12,4%).