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Prós e contras de ser freelancer

Profissional não tem chefe, faz a própria agenda e pode trabalhar em casa. Mas também não recebe 13º salário, FGTS nem férias

Raissa Ebrahim
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Raissa Ebrahim
Publicado em 13/08/2012 às 9:22
Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
Profissional não tem chefe, faz a própria agenda e pode trabalhar em casa. Mas também não recebe 13º salário, FGTS nem férias - FOTO: Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
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Não ter chefe, ser dono do próprio tempo e poder trabalhar em casa têm sido opções cada vez mais desejadas pelos jovens profissionais. O mercado mudou. Hoje não há mais aquela obrigação de estar ligado a uma grande empresa para conquistar uma boa posição no mercado.

Mas investir sozinho na própria carreira requer alguns cuidados, como pensar numa previdência privada, poupança para emergências e ficar atento ao Imposto de Renda. Afinal o freelancer não ganha 13º, férias remuneradas nem FGTS.

Muitas empresas também estão optando por contratar fornecedores, em vez de empregados. Além de ocuparem menos espaço, não precisam arcar com tributos por não ter vínculo trabalhista. As companhias passam, em outras palavras, a não ter empregados, mas fornecedores.

Uma boa opção para quem está nesse mundo é o Empreendedor Individual (EI). A categoria é relativamente nova. Apesar de os números indicarem crescimento de formalização em todo o País, muita gente ainda desconhece o sistema, criado em 2008. O EI é basicamente uma pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. É necessário faturar, no máximo, até R$ 60 mil por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter até um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Entre as vantagens oferecidas pela lei está o registro no CNPJ, o que facilita a abertura de conta bancária, pedido de empréstimos e emissão de notas fiscais. O EI fica enquadrado no Simples Nacional e torna-se isento dos tributos federais.

Sua obrigação é pagar apenas o valor fixo mensal de R$ 32,10 (comércio ou indústria) ou R$ 36,10 (prestação de serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao Imposto Sobre Serviços (ISS), a depender da área de atuação. Com essas contribuições, o EI terá acesso a benefícios como auxílio-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria.

Thiago Freire é fotógrafo profissional e investiu na carreira de EI. Por ter ultrapassado o limite antigo – a cota de R$ 60 mil por ano foi instituída recentemente –, ele agora se prepara para entrar numa nova modalidade, de pequena empresa.

“Acredito que nossa imagem melhora bastante quando há formalização. Passa a ideia de profissionalismo, de seriedade. Além dos benefícios, é bom para evitar surpresas e corre-corres desagradáveis”, explica.

Na empreitada individual, é importante pensar e definir bem que produto ou serviço vai se colocar no mercado, para ficar claro o seu potencial e diferencial diante da concorrência. Para quem ainda não tem segurança, a dica é começar devagar, sem radicalismos, ocupando, por exemplo, apenas algumas horas do dia. Também é preciso colocar no papel quanto tudo isso irá custar: criação, divulgação, contas de telefone, internet e por aí vai. A definição do local de trabalho também é fundamental.

A designer Isabela Andrade Lima escolheu trabalhar em casa, no próprio quarto. Diz que no começo foi difícil se adaptar, mas hoje já tem uma rotina formada. “Eu era acostumada a trabalhar com muita gente ao redor. Essa coisa de trabalhar só, não ter ninguém para cobrar, no começo me assustou um pouco. Mas passei por todo um processo, investi na criação de uma agenda diária. Cheguei até a procurar dicas na internet, em blogs, para saber da experiência de outras pessoas”, conta. Ela também dá dicas: “Eu tinha um péssimo hábito de passar as madrugadas acordadas trabalhando. Agora consegui mudar. Praticar um esporte no meio do dia ajudou muito. É bom para arejar a cabeça”.

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