Infraestrutura

Governo busca alternativas para Adutora do Agreste

Sem a conclusão do projeto de Transposição do Rio São Francisco, Estado vai interligar sistemas para colocar água no projeto

Da editoria de economia
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Publicado em 22/10/2013 às 11:32
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Consórcio formado pelas empresas Projetec, Concremat, Engeconsult e Techne vai gerenciar e fiscalizar as obras da Adutora do Agreste, no Estado. Assinado ontem, o contrato de R$ 36 milhões é o maior celebrado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A obra, que vai beneficiar dois milhões pessoas em 68 municípios, tem prazo de conclusão estimado para julho de 2015. Para além de gerenciar, fiscalizar e executar os 420 quilômetros de adutoras, o desafio será colocar água nas tubulações.

O projeto foi desenhado para receber água do Eixo Leste da Transposição do São Francisco, por meio do Ramal do Agreste. Com o atraso no cronograma da Transposição para 2017, a estratégia do governo do Estado é fazer intervenções e interligar o próprio sistema.

O secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, Almir Cirilo, diz que a interligação dos sistemas vai custar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. “Vamos usar recursos do PAC Secas e do Tesouro Estadual para realizar essas obras”, adianta. O projeto inclui a perfuração de poços profundos na Bacia do Jatobá, construção de barragem no município de Venturosa, duplicação da adutora da Barragem Pedro Moura, em Belo Jardim, e aumento do transporte de água na Barragem de Jucazinho. Com essas intervenções, o secretário espera começar o transporte de água na Adutora do Agreste, a partir de junho de 2014.

Cirilo garante que a perfuração dos poços foi iniciada, que a construção da barragem já foi licitada (aguarda liberações ambientais) e que dentro de 30 dias deverá ser concluído um estudo das bombas que serão trocadas para garantir o aumento da transferência de água em Jucazinho. Apesar da tentativa de interligar o sistema, o governo vai precisar contar com o regime pluviométrico. Sem chuvas não tem água nas barragens nem como remanejar o abastecimento do sistema.

O próprio secretário admite que as chuvas não estão caindo no Agreste. Jucazinho está com 48% de sua capacidade de armazenamento e Poço da Cruz (maior reservatório do Estado), no município sertanejo de Ibimirim, está com menos de 20%. O Tribunal de Contas chegou a questionar como o Estado está construindo uma adutora sem água para ofertar. “Essa obra será a redenção da cidadania do povo do Agreste, que já chegou a conviver com até 30 dias de racionamento de água”, defende Cirilo.

A contratação do consórcio na Adutora do Agreste vai garantir o acompanhamento dos custos, da qualidade, do cronograma e dos compromissos ambientais da obra. O diretor da Techne, Antonio Carlos Vidon, diz que a empresa terá 139 profissionais distribuídos em quatro escritórios para observar o andamento do projeto. “As empresas de saneamento não possuem estrutura de profissionais para acompanhar uma obra desse porte até porque essa não é a atividade-fim delas. Temos um corpo técnico e também vamos contratar novos profissionais para dar conta do trabalho”, diz. Os escritórios vão ficar em Pesqueira, Toritama, Venturosa e Itaíba.

 

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