Por meio de nota, o Ministério do Turismo afirmou que não é alvo da Operação Fantoche, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (19), em Pernambuco, no Distrito Federal e em outros cinco estados. A ação investiga um esquema de corrupção envolvendo o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S na execução de convênios por um grupo de empresas pertencentes à mesma família atua desde 2002 para a realização de eventos culturais e de publicidade.
A pasta afirma ainda que já havia determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da Polícia Federal. Confira a nota na íntegra:
"A atual gestão do Ministério do Turismo não assinou nenhum convênio até o momento. Além disso, a Pasta já havia determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da Polícia Federal, ação que resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão. O Ministério do Turismo, que não é alvo das buscas e apreensões da Operação Fantoche, está totalmente à disposição para colaborar com a investigação."
Prisões
Segundo informações do G1, o presidente Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, foi preso em São Paulo, na manhã desta terça (19). O portal afirma ainda que o presidente da Federação das Indústria de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, também é alvo de mandado de prisão Na operação, estão sendo cumpridos outros oito mandados de prisão e 47 de busca e apreensão em Pernambuco, no Distrito Federal e outros cinco estados.
De acordo com a PF, os alvos da 'Fantoche' são suspeitos de praticar crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
A PF acredita que o grupo já tenha recebido R$ 400 milhões decorrentes dos contratos. Para conseguir os recursos, os contratos eram superfaturados ou não eram executados totalmente e, posteriormente, desviados para o núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.
A ação conta com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) e, ao todo, com a participação de 213 policiais federais e 8 auditores do TCU.
Os mandados são cumpridos ainda em São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Alagoas. As medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que também autorizou o sequestro e o bloqueio de bens e valores dos investigados.
Mais detalhes sobre a operação serão divulgados na manhã esta terça (19) em entrevista coletiva na sede da PF no Recife.
Sistema S
O sistema S é formado por entidades voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica como o erviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest).
A reportagem entrou em contato com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Por email, a assessoria da entidade disse não ter informações sobre a 'Fantoche'.