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Governo apela para o patriotismo em campanha de vendas do comércio

Semana do Brasil quer estimular vendas do comércio no período em que se comemora a Independência do Brasil

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 27/08/2019 às 8:09
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Semana do Brasil quer estimular vendas do comércio no período em que se comemora a Independência do Brasil - FOTO: Foto: Acervo/JC Imagem
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A ideia do governo federal de apelar para o patriotismo como forma de atrair clientes para o comércio no início do próximo mês pode não ter o impacto desejado. A campanha, formatada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República e intitulada Semana do Brasil, quer que o comércio ofereça, de forma espontânea, promoções no período de 6 a 15 de setembro. O governo entra com a divulgação da campanha.

A ideia foi inspirada em ações semelhantes promovidas por associações de varejo dos Estados Unidos, que realizam promoções em feriados nacionais históricos. Seria uma espécie de Black Friday antecipada e à brasileira, com o objetivo de movimentar a economia e estimular as vendas. Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), Rafael Ramos, o tempo está contra as intenções do governo federal.

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Rafael Ramos diz que não é de hoje que o comércio busca uma data para movimentar o mês de setembro. O mês não tem nenhuma data comemorativa de apelo comercial, como Dia dos Pais ou das Mães, e fica praticamente um hiato até o mês de novembro, quando acontece a Black Friday. “Eu ouvi falar nesta Semana do Brasil em junho, e depois não soube de mais nada. Já está muito próximo da data para que a campanha surta o efeito desejado”, conta Ramos.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife, Cid Lobo, observa que, como esta será a primeira vez que a semana do Brasil acontece, a divulgação ainda é pequena. “Qualquer iniciativa que venha liberar vendas é importante. A CDL apoia a Semana do Brasil, mas a adesão vai ficar por conta de cada lojista. Já está muito em cima para a gente pedir um apoio maior dos comerciantes.” Ele afirma que a associação está apoiando com divulgação via site e redes sociais.

Cid Lobo diz, ainda, que houve pouco tempo para organizar algo mais estruturado e dá como exemplo a campanha Liquida Recife, promovida anualmente pela CDL. “Nós começamos o planejamento do Liquida Recife no ano anterior. Nesta, do governo federal, pedimos que cada comerciante veja a sua situação e, se quiser, enfeite a loja e faça a sua promoção.”
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República não divulgou os números de vendas que espera obter com esta campanha, mas afirmou em nota que “a iniciativa foi bem aceita pelo setor varejista e as ações começaram a ser desenhadas nas últimas semanas”.

Segundo a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume das vendas do varejo pernambucano voltou a recuar em junho. A taxa mostrou variação negativa de 0,3% no indicador, mesmo sendo junho tradicionalmente um período de elevado desempenho nas vendas, por causa do Dia dos Namorados e das festas juninas. O varejo acumula no ano, de janeiro a junho, uma queda de 1,0%, índice que, apesar de negativo, vem apresentando uma melhoria modesta nos últimos meses. O acumulado em março, por exemplo, estava em -2,6%.

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