Como consequencia da MP 579, que trata de concessões do setor elétrico e reduz a conta de luz, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) vai promover um Plano de Incentivo ao Desligamento (PID) com o objetivo de ajustar o custo com pessoal na ordem de 20%, cerca de R$ 150 milhões. Haverá também um ajuste em serviços de terceiros, na casa dos 15% (R$ 45 milhões).
Em comunicado à imprensa, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) denunciou demissões na Chesf e disse que voltará a pedir explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre o esvaziamento da empresa. “A Chesf tem um quadro técnico qualificadíssimo e perder esses profissionais significa perda no planejamento e nos projetos de engenharia no setor de energia, que sempre foram referência nacional”, argumentou. Segundo ele, o corte de cerca de 25% dos contratos em vigor estaria resultando na demissão em massa de funcionários terceirizados.
Em resposta, o presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, afirmou: “Nunca negamos que, para atender o disposto na MP, precisaríamos fazer ajustes. Afinal, a decisão do governo de baratear a energia significou vendermos nossa energia mais barata. A Chesf não pode ficar isolada dessa decisão, terá que se ajustar à nova realidade”. O presidente também deixou claro que “a Chesf continuará forte nos próximos 30 anos. A indenização, da ordem de R$ 7 bilhões, vai permitir continuar a fazer investimentos. O esforço agora é para ajustar as contas e não pegar esse dinheiro para cobrir custos”.
Bosco aproveitou ainda para defender que o PID tem seu lado positivo: “quem sair não vai sofrer, por causa da boa indenização. Para os novos, o mercado irá se abrir”. Em relação ao concurso realizado em 2011, ele afirmou que chamar os aprovados depende, antes, de todos esses reajustes.