Indústria

Fiat cobra Arco Viário

Presidente da empresa, Cledorvino Belini diz que seria "razoável" ter rodovia pronta até meados de 2014 para escoar produção

Giovanni Sandes
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Giovanni Sandes
Publicado em 26/02/2013 às 4:45
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A Fiat cobrou ontem ao Estado pressa no Arco Viário, novo nome do Arco Metropolitano. O projeto é de uma rodovia de R$ 1,21 bilhão e 77 quilômetros para ligar diretamente a BR-101 Norte à BR-101 Sul por fora do Recife, evitando trechos estrangulados, como os de Abreu e Lima. Para o presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, ter o Arco pronto até o ano que vem seria “razoável”. Mas o projeto ainda está em fase muito inicial: após a publicação do decreto de desapropriação das terras, no último dia 31, hoje ocorre em Igarassu a primeira audiência pública sobre o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) do Arco. Segundo a Secretaria de Governo (Segov), a previsão é iniciar as obras no segundo semestre, com conclusão estimada para três anos.

Belini esteve no Recife para um evento da revista Carta Capital chamado Diálogos Capitais, que contou com abertura do governador Eduardo Campos, entre outros convidados. Apesar do atraso de quase um ano no início das obras da Fiat, Belini disse considerar a fábrica dentro do cronograma.

Questionado sobre como será feita a distribuição de até 250 mil carros que serão fabricados no polo automotivo de Goiana, contudo, Belini enfatizou sua resposta com uma leve pancada na mesa, em tom descontraído. “O Arco não pode demorar. Tem que acontecer”, afirmou.

O motivo para a Fiat depender do Arco é a quantidade gigante de veículos envolvida na futura rotina da fábrica, que começará a operação comercial em 2015. Por dia, serão 40 carretas, 600 caminhões truck, 85 cegonhas de automóveis, 800 veículos leves e 180 ônibus em três turnos de viagens.

O Arco, em resumo, vai facilitar a conexão direta entre Suape e a Fiat. “Ele (o Arco) é fundamental para o escoamento, por Suape ou para descer para outros Estados”, explicou o presidente da Fiat. “O ideal para nós seria já no final deste ano. Mas diria assim, até meados de 2014 seria razoável”, comentou Belini.

O Arco pode ser uma nova parceria público-privada (PPP) ou uma concessão direta. A obra foi orçada em R$ 1,21 bilhão por um consórcio da Odebrecht Transport, Invepar e Queiroz Galvão, que em junho de 2011 começou a estudar a viabilidade da rodovia, terceiro pedágio de Pernambuco.

A obra será dividida em trechos: o Sul, o único inicialmente pedagiado (24 km da BR-101 Sul até a BR-232), oeste (20 km da BR-232 até a BR-408) e o norte (32 km da BR-408 até a BR-101 norte). No último dia 31, o Estado publicou um decreto desapropriando uma gigantesca faixa de terras para o Arco, um total de 868 hectares – equivalente a um bairro de Boa Viagem e meio.

 

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