Ensino superior

UFPE planeja campus em Goiana

Projeto tem foco no polo automotivo e depende de aprovação do Ministério da Educação

Giovanni Sandes
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Giovanni Sandes
Publicado em 22/02/2014 às 0:40
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Projeto tem foco no polo automotivo e depende de aprovação do Ministério da Educação - FOTO: NE10
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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai apresentar em abril, ao Ministério da Educação, o projeto de um campus em Goiana. A proposta é integrar o mundo acadêmico à nova economia da região, com pesquisas, laboratórios – e especialmente a oferta de cursos relacionados ao polo industrial da Fiat, os principais de graduação e pós-graduação em engenharia automotiva. Se tudo for aprovado, outros cursos e áreas de conhecimento também serão beneficiados, como a farmacoquímica, ligada à fábrica de medicamentos hemoderivados (derivados de sangue), a estatal Hemobrás.

A ideia de levar a UFPE para a Mata Norte já é discutida há algum tempo, mas ganhou corpo. Segundo o reitor da universidade, Anísio Brasileiro, mês que vem a instituição fará uma visita oficial ao prefeito de Goiana, Fred Gadelha, para tratar especificamente da proposta.

“Vamos entregar o projeto ao ministro da Educação, José Henrique Paim, em abril. Se as análises derem certo, em 2015 vamos instalar uma unidade da UFPE em Goiana”, afirma Brasileiro.

A universidade já conta com dois centros acadêmicos fora do Recife. O primeiro foi o de Caruaru, ativo desde março de 2006, com foco no polo de confecções do Agreste e na agroindústria. Lá são ofertados cursos diversos, a exemplo de administração, economia e design. O segundo, em funcionamento desde agosto de 2006, é o de Vitória de Santo Antão, onde são ofertados cursos como enfermagem, nutrição e ciências biológicas. 

Anísio Brasileiro diz que a universidade tem o dever de acompanhar a dinâmica social e econômica dentro e fora de Pernambuco, para mapear demandas e desenvolver novas competências, exatamente o caso do setor automotivo. 

Somando todo o polo, a Fiat mais as 16 fábricas fornecedoras que ficarão no mesmo terreno, serão 7 mil empregos diretos e R$ 7 bilhões em investimentos.

A educação de nível técnico, em três etapas, começa no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e depois é complementada em dois outros estágios pela própria Fiat. No caso da formação superior, porém, não existem opções específicas para essa indústria em Pernambuco, pelo menos até agora. Por isso, os primeiros contratados da Fiat saíram dos cursos de engenharia no Estado para receberem formação complementar em Turim, na Itália.

Além disso, para fornecer conhecimento sobre linha de produção, a Fiat enviou 200 pessoas para o exterior, para Itália, Estados Unidos e Sérvia.

Quando a montadora estiver funcionando, terá um simulador de linha de produção em Goiana, onde será criado também um centro de pesquisa e desenvolvimento. Alinhado a um novo campus, o conhecimento seria produzido e multiplicado a partir de Pernambuco, que teria condições de virar referência na área.

“Estamos em fase preliminar de elaboração, para apresentar ao MEC, do projeto do curso de graduação e pós-graduação em engenharia automotiva. Em paralelo já temos concurso aberto para contratar professores nessa área”, explica o reitor.

Brasileiro ressalta que a articulação é feita de forma ampla, com o reforço da prefeitura, do governo estadual e da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), entre outras instituições.

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