O aumento da conta de luz vai trazer uma despesa adicional de R$ 20 milhões por ano à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), caso seja aprovado o reajuste médio de 18,13% pedido pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). A energia é uma das principais despesas da estatal, que gasta R$ 105 milhões anualmente para pagar esse serviço.
O reajuste da Celpe será definido numa reunião da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na próxima terça-feira. “Vamos aguardar para ver o percentual definitivo, mas o impacto deve ser alto”, resume o presidente da Compesa, Roberto Tavares. Ele acrescenta que “a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) deve zelar pela sustentabilidade do serviço”. A Arpe define o aumento da conta de água e estabeleceu um reajuste de 8,75%, que entrou em vigor em março último. No ano passado, a Compesa economizou R$ 50 milhões na conta de energia devido à redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na energia elétrica. “Não teve nada a ver com a iniciativa de Dilma”, diz Tavares, referindo-se ao desconto médio de 16% que ocorreria em função da lei 12.783, que obrigou as concessionárias do governo federal a vender a energia mais barata.
A Compesa registrou um lucro de R$ 89,3 milhões em 2013, sendo o maior já registrado na história da estatal. No ano anterior, apresentou um resultado positivo de R$ 24 milhões. Segundo Tavares, aproximadamente R$ 40 milhões do lucro apareceram no atual balanço porque a empresa adotou novas regras contábeis. “O restante foi uma consequência do aumento dos investimentos”, revela.
“Estamos fechando um ciclo e a gestão Eduardo Campos/João Lyra deixa a Compesa mais sustentável e sólida, embora com desafios enormes como melhorar a eficiência e fazer mais obras”, resume Tavares. A estatal registrou um faturamento de R$ 1,091 bilhão em 2013, está com um patrimônio de R$ 3,4 bilhões e realizou um investimento de R$ 735 milhões no ano passado, o maior dos últimos 11 anos. Uma parte desses recursos foi formada por empréstimos e aportes da União, incluindo os recursos da Adutora do Agreste, uma grande obra feita pela estatal.
“A expectativa é de um investimento 15% maior com relação ao ano passado”, diz Tavares. Isso vai representar algo em torno dos R$ 850 milhões. Os investimentos da empresa vêm aumentando desde 2007. Entre as empresas de saneamento, a estatal passou a ser a quarta maior do Brasil em investimento e ocupa a nona posição no ranking desse tipo de companhia.