O arquipélago de Fernando de Noronha deu o primeiro passo para passar a ser ambientalmente correto com relação à geração de energia. Foi inaugurada ontem a Usina solar Fotovoltaica Noronha I que vai produzir uma energia estimada em 600 megawatts-hora (MWh) por ano, o que corresponde a 4% de todo o consumo da ilha. Implantado pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) , o empreendimento resultou num investimento de R$ 5 milhões bancados pelo programa de eficiência energética da distribuidora. A empresa planeja investir mais R$ 22,4 milhões, nos próximos três anos, em ações que vão deixar a geração e distribuição de energia mais sustentáveis na ilha, considerada Patrimônio Mundial Natural.
Do total a ser investido, R$ 6 milhões serão empregados na implantação da Usina Solar Noronha II que vai gerar uma energia estimada em 777 MWh por ano que corresponde a 6% do consumo da ilha. Ela deve entrar em operação em 2015. Os R$ 16 milhões serão usados na implantação do smart grid , uma rede inteligente. “São conjuntos de tecnologias aplicadas à geração e distribuição que permitem um monitoramento e abrem uma porta para a microgeração”, explica o presidente da Celpe, Luiz Antônio Ciarlini. Como o nome diz, a microgeração permite que consumidores instalem sistemas pequenos, gerando mais energia.
Com exceção da energia produzida pela recém inaugurada usina, toda a energia de Noronha vem da queima do diesel, considerada poluente. “O consumo médio de Noronha é cinco vezes maior do que o do Recife”, afirma a presidente do Grupo Neoenergia, Solange Ribeiro. O consumo médio de Noronha é de 567 quilowatt-hora kWh por mês, enquanto o do Recife é de 100 kWh mensais. Essa diferença é grande porque em Noronha muitas casas são pousadas, enquanto no Recife a maioria dos consumidores residenciais da Celpe são de baixa renda. No arquipélago, existem 885 unidades consumidoras.
A Usina Noronha I foi instalada num terreno da Marinha. Cerca de 80% da energia produzida será gasta pelo comando da Aeronáutica que vai economizar cerca de R$ 100 mil por ano na conta de energia. Depois de um ano de operação, a usina passará a ser mantida e operada pela Aeronáutica, porque, como o empreendimento foi construído com os recursos da eficiência energética, não pode ficar com a Celpe. Anualmente, o empreendimento vai fazer com que 200 mil litros de óleo diesel deixem de ser queimados para gerar energia.