Transportes

Tabela de conversão de volta aos táxis do Recife

Por causa de proximidade entre reajustes, papéis avulsos para "traduzir" taxímetro serão usados até janeiro

Giovanni Sandes
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Giovanni Sandes
Publicado em 29/07/2014 às 5:03
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Por causa de proximidade entre reajustes, papéis avulsos para "traduzir" taxímetro serão usados até janeiro - FOTO: Michele Souza/JC Imagem
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Em tempos de inflação alta, os táxis do Recife subiram 6,37% no último fim de semana e terão outro reajuste em cinco meses, janeiro. Não bastasse a proximidade das altas, até lá os carros poderão rodar como em 2001, calculando o valor final da corrida com uma folha de papel avulsa, a antiga tabela de conversão. Segundo a Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU), a medida foi adotada para os táxis não pagarem duas vezes a adaptação dos taxímetros para os reajustes. Mas até profissionais reclamam da volta, ainda que temporária, do papel. Ontem, dia de procura alta por causa dos ônibus parados, muitos trabalharam sem conversão.

A tabela era comum até março de 2001, quando a Prefeitura do Recife anunciou que o uso dela era um erro, pois o instrumento precário prejudicou a confiança no serviço.

Os taxímetros não informavam o preço final. Eram “traduzidos” com papéis cheios de números de difícil compreensão. Treze anos depois, programas de computador no celular, os aplicativos, são usados para chamar táxis por proximidade, como um radar, e até para pagar a corrida. E o papel voltou, ao menos até janeiro.

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes, conta que a atividade, uma concessão municipal, nunca teve data fixa para a correção de tarifas. De 2007 a 2010, por exemplo, o valor ficou congelado. Desde então, o mês dos reajustes variou: foi fevereiro em 2012 e julho no passado e este ano. Em 2015 a subida já será em janeiro. “Vamos ter garantia de reajuste anual”, afirma Everaldo.

O gerente Geral de Transportes da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU), Roberto Lyra, diz que os reajustes já tinham com base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País. Assim, a ideia não seria aumentar a frequência das altas e sim fixar os reajustes em janeiro. “Aplicamos agora o IPCA dos últimos 12 meses. Em janeiro faremos a correção”, diz.

Quanto ao papel, enfatiza, o pedido teria partido dos taxistas, para evitar gastar duas vezes com a aferição no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) em apenas cinco meses, cada uma ao custo de cerca de R$ 180.

Apesar de autorizados desde o fim de semana, a maioria dos táxis ainda não usa a tabela. Severino Francelino Bezerra, 60 anos, trabalha no ramo há 27 anos. “Em 2012 usamos tabela alguns dias, esperando a vez no calendário da prefeitura para aferir o taxímetro. Mas não lembro quando usamos por tanto tempo. Foi há 8 anos?”, pergunta o profissional.

Severino mostra a tabela, mas diz que já ficou constrangido de usá-la nas corridas. “Tem hora que cobro, tem hora que não. A inflação está alta para todo mundo, mas em cada corrida a diferença é muito pouca. E só o desconforto de explicar ao cliente que a prefeitura autorizou, que o papel vale, já faz a gente não converter”, afirma.

No táxi comum, a bandeirada subiu de R$ 4 para R$ 4,25 e cada quilômetro rodado, de R$ 1,95 para R$ 2,07 na bandeira 1.

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