Ainda sofrendo os reflexos da maior seca dos últimos 50 anos em Pernambuco, a agropecuária está em fase de recuperação mas alguns segmentos vivem essa retomada mais lentamente. Enquanto a agricultura avançou 18,1% no segundo trimestre de 2014, a pecuária registrou taxa de 5,9%.
“Algumas lavouras deixaram de ser cultivadas durante o longo período de estiagem. Por isso se percebem altas taxas de crescimento sobre uma base depreciada no caso de culturas como milho (269,4%) e feijão (102,1%)”, destaca o presidente da Agência de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), Maurílio Lima.
No caso das lavouras permanentes, as culturas com maiores pesos no setor (uva, manga e banana) registraram desempenho positivo, com taxas de 3,5%, 5,5% e 9,5%, respectivamente.
PECUÁRIA
Na atividade pecuária, a bovinocultura de corte vem se recuperando mais rapidamente. No segundo trimestre do ano apresentou taxa de 11,2%. O mesmo desempenho não se repete na atividade leiteira, que permaneceu praticamente estável, com tímido avanço de 0,6%.
“Depois de sofrer com a seca, a bacia leiteira do Estado sobre com crise que se abateu sobre a região, com várias indústrias fechando as portas. O que tem salvado a produção são as queijarias. Está sobrando leite, porque não tem pra quem vender”, lamenta o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Malta. A fábrica da Brasil Lácteos (BRL), em Garanhuns, é uma das que está em processo de recuperação judicial.
Outra atividade que vem avançando lentamente é a avicultura. Além de sofrer com os problemas climáticos, os produtores têm dificuldade para adquirir matéria-prima para alimentar as aves. Os estoques de milho da Conab não são suficientes para atender ao setor. Isso sem falar na distância do Nordeste em relação aos principais centros produtivos do grão, que estão na região Centro-Oeste.