INFRAESTRUTURA

Transnordestina descumpre novo prazo

Presidente em exercício da Fiepe, Ricardo Essinger, defende que seja cassada a concessão

Do JC Online
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Publicado em 18/09/2014 às 10:20
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O presidente em exercício da Fe[TEXTO]deração das Indústrias do Estado de Pernambuco, Ricardo Essinger, voltou a defender ontem a tomada da concessão da [TEXTO]Transnordestina Logística S. A. (TLSA)[/TEXTO], companhia que executa as obras da ferrovia. “Não adianta em nada o governo federal dizer que vai multar a empresa, porque as multas são pequenas diante do contrato e o atual empreendedor já demonstrou que não tem interesse em implantar o empreendimento.” A reação foi motivada por novo descumprimento de prazo da TLSA, [TEXTO]desta vez de um dos seis trechos entre Salgueiro e Suape, prometido para o último mês de julho. A data havia sido acordada, recentemente, entre o governo federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes, segundo o Jornal Valor Econômico.

A Ferrovia Transnordestina teve as suas obras iniciadas em junho de 2006 e deveria ter sido concluída em 2010.
A reportagem do JC entrou em contato com as assessorias do Ministério dos Transportes e da ANTT, mas ambas não se pronunciaram. A agência fiscaliza o contrato de concessão.

A ferrovia terá uma extensão de 1.753 quilômetros e vai ligar a cidade piauiense de Eliseu Martins aos portos de Pecém, no Ceará, e o de Suape. É um projeto fundamental para melhorar a logística desses três estados (PE,PI e CE).


Para Essinger, o governo de Pernambuco deveria fazer um entendimento sobre essa obra com o governo federal e tomar a concessão da TLSA. “Não estou defend[/TEXTO]endo uma política partidária, mas uma política de Estado, porque a Fiepe é neutra e não tem partido”, diz, motivado pelo fato de que o senador Armando Monteiro Neto (PT/PTB) é candidato a governador e foi ex-presidente da Fiepe. No começo do seu mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a ameaçar tomar a concessão, caso a obra não avançasse. “A Transnordestina é a redenção do Araripe. É uma oportunidade que a região deveria ter para realizar o transporte de grãos a preços mais módicos para a avicultura, pecuária etc.”, defende Essinger.

A assessoria de imprensa da TLSA informa que o empreendimento está com 41% de realização e ficará pronto em 2016. “Não acredito nisso. Somente aqui na Fiepe, recebemos, em três ocasiões, presidentes da antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e da TLSA que informaram prazos não cumpridos”, diz Essinger. Até junho de 2013, só tinham sido concluídos os primeiros 96 km da ferrovia, segundo o 7º relatório do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado na época.


A futura malha da Transnordestina pertence à TLSA, empresa que surgiu da antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), a qual venceu o leilão realizado pela União para explorar o serviço ferroviário no Nordeste. Quando iniciada, a ferrovia tinha um orçamento de R$ 4,5 bilhões. No empreendimento, foram empregados R$ 4,7 bilhões até janeiro último, segundo o Ministério dos Transportes. O atual orçamento é de R$ 7,5 bilhões.
A assessoria de imprensa da TLSA diz que a ferrovia está cumprindo o cronograma acertado com o governo federal com obras em andamento em Pernambuco e Piauí, envolvendo cerca de 3 mil trabalhadores. Em Pernambuco, são três canteiros de obras, nas cidades de Salgueiro e Arcoverde e na localidade de Nascente. Ainda segundo a empresa, estão sendo realizadas obras de superestrutura (colocação de trilhos, dormentes e brita) e de infraestrutura próximo a Ouricuri, no trecho Trindade-Salgueiro.

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