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Agronegócio

Cade aprova compra da LBR pela francesa Lactalis

Unidade de Garanhuns, em Pernambuco, será beneficiada

Da editoria de economia
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Publicado em 01/10/2014 às 8:00
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição de cinco fábricas da LBR - Lácteos Brasil pelo grupo francês Lactalis. Em processo de recuperação judicial no Brasil, a LBR colocou à venda 14 unidades espalhadas pelo País, avaliadas em R$ 531,4 milhões. Só os ativos adquiridos pela Lactalis somam R$ 250 milhões.

A aprovação da negociação pelo Cade se traduz em boa notícia para a unidade da LBR localizada em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Apesar de não fazer parte do pacote adquirido pela Lactalis, a fábrica local vai se beneficiar da decisão do Conselho. Isso porque o juiz juiz Daniel Carnio Costa, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que cuida do processo, condicionou a homologação da venda dos ativos da LBR à aprovação do negócio com a Lactalis pelo Cade.

Várias indústrias se interessaram em adquirir a fábrica pernambucana, mas a que ofereceu a melhor proposta foi a ARC Medical Logística, com oferta de R$ 50 milhões. A concretização da venda poderá trazer alento aos credores da empresa em Pernambuco, onde a dívida da companhia chega a R$ 3 milhões. A lista inclui fornecedores de produtos e serviços. Dentre os mais prejudicado estão os produtores de leite da região, que sofrem com a suspensão da compra do leite pela empresa e com o calote deixado na região.

A LBR (resultado da união entre os laticínios Bom Gosto e LeitBom, em 2010) era uma das principais compradoras de leite na bacia do Estado. A unidade tem capacidade para processar 595 mil litros de leite por dia. A redução da oferta, provocada pela seca e pelos problemas de gestão, diminuíram a captação para 250 mil litros por dia. Há um mês, a indústria suspender a compra de matéria-prima na região. O aumento da oferta fez o preço do leite despencar de R$ 1,25 (na estiagem) para os atuais R$ 0,80.

“A expectativa na região é que a venda permita que a empresa salde os débitos que têm no Estado”, diz o presidente da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Águas Belas, Francisco Justino. Com 200 associados, a cooperativa aguarda um pagamento de R$ 30,6 mil da LBR.

A mudança de comando também poderá acalmar o clima de incerteza entre os funcionários, que estão trabalhando em sistema de rodízio. Desde que começou a crise, a empresa demitiu 90 colaboradores, passando de 230 para 140.

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