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Gasto da administração cresce mais que receita

Estado cresceu receita em 6,31% mas gastou 10,8% mais este ano

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 03/10/2014 às 8:12
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O governo do Estado publicou esta semana no Diário Oficial o balanço da execução orçamentária do bimestre julho/agosto. O resultado mostra que os gastos correntes do governo vêm crescendo numa velocidade superior à da arrecadação. Todas as comparações são com o mesmo período do ano passado.

As receitas primárias correntes subiram 6,31% no acumulado do ano até agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. Em valores, isso representa um aumento de R$ 15,956 bilhões para R$ 16,963 bilhões. Nas receitas primárias estão incluídas todas as fontes de recursos do governo incluindo os impostos, contribuições previdenciárias, receita patrimonial, transferências e convênios governamentais e de operações de investimentos de capitais.

Enquanto isso, as despesas correntes aumentaram em 10,8%. Saíram de R$ 14,514 bilhões no período, para R$ 16,080 bilhões. Nesse grupo entram os gastos do governo para manter a estrutura do Estado, com pagamento do funcionalismo e encargos sociais, juros e encargos da dívida e despesas de capital com investimentos e amortização das dívidas. 

A diferença entre o crescimento da despesa e o da receita é de 4,5 pontos percentuais.

No que se refere ao ganho com tributos, que representa metade de toda a receita do Estado, a arrecadação aumentou em 8%, passando de R$ 7,741 bilhões nos oito meses do ano de 2013, para os atuais R$ 8,804 bilhões deste ano. O secretário Décio Padilha deve falar sobre os resultados na próxima terça-feira em audiência na Assembleia Legislativa.

O gerente da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Thobias Silva, acredita que o governo precisa melhorar a qualidade dos gastos por causa do desempenho da economia nacional em tendência de desaceleração, que repercutirá numa arrecadação menor. “Se olharmos a rubrica investimentos subiu de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,8 bilhão. Um aumento de 33%, mas dentro de uma base pequena. Quando a gente faz a relação de investimento com o PIB, isso representa apenas 1,7% da economia de Pernambuco”, comparou o economista. Em 2013 o Produto Interno Bruto do Estado foi de R$ 104 bilhões.

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