FALÊNCIA

Últimos bens da Suape Têxtil vão a leilão

Vendas podem pagar dívidas trabalhistas e pequena parcela dos credores

Da editoria de economia
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Publicado em 08/11/2014 às 8:00
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Mil e duzentos trabalhadores da extinta Suape Têxtil voltam sua atenção para os últimos leilões de bens da empresa: o primeiro será nesta segunda-feira, o segundo no dia 24 deste mês. Se todos os equipamentos e imóveis forem vendidos, os ex-funcionários receberão os R$ 20 milhões que lhes cabem. No entanto, a dívida total que a companhia vai deixar chega a R$ 600 milhões.

Instalada há mais de 20 anos no Cabo de Santo Agostinho e pertencente ao grupo paulista Corduroy, a Suape Têxtil entrou em recuperação judicial em 2007 – foi a primeira empresa de Pernambuco a ser beneficiada pela nova Lei de Recuperação e Falências (11.151), de 2005. Com os benefícios da legislação, o passivo era estimado em R$ 150 milhões. Sem sucesso na tentativa de se reerguer, a Suape Têxtil teve sua falência decretada em 2010. Assim, voltaram a pesar todos os débitos devidos e seus encargos, incluindo o que se devia aos cofres públicos, subindo o valor para R$ 600 milhões.

Em 2011, foi realizado o primeiro leilão, cujo resultado foi revertido no ano passado para os 1.700 trabalhadores: cada um recebeu até cinco salários mínimos, o que quitou a dívida com 500 deles, deixando 1.200 pessoas com créditos a receber. 

O apurado também seguiu para empresas que forneceram à Suape Têxtil durante a recuperação judicial. “Esse é um dos grandes papéis da lei, pois beneficia os fornecedores que acreditaram na recuperação judicial. As empresas que entram em apoio à companhia que está em recuperação judicial têm prioridade entre os credores caso haja falência. Isso é muito importante para que, na recuperação, a empresa em dificuldade consiga crédito e insumos. Até porque o objetivo é que ela volte ao mercado”, explica o administrador judicial da falência da Suape Têxtil, José Luiz Lindoso.

Até o momento, ex-funcionários e esses credores receberam, no total, R$ 11 milhões. Há R$ 5 milhões no caixa da massa falida. E os bens desses últimos leilões estão avaliados em R$ 22,26 milhões. Os valores arrecadados nos certames primeiramente vão para os créditos trabalhistas e, se estes forem quitados, os demais credores entram na fila de pagamento. No entanto, os números mostram que cerca de R$ 570 milhões deverão ficar em aberto.

LEILÕES - Aos cuidados do leiloeiro oficial Diogo Mattos Dias Martins, da Inova Leilão, os certames ofertarão dois imóveis em Brangança Paulista (SP), um com 43 mil m² e outro com 14,9 mil m²; e diversos equipamentos da indústria têxtil, como lavadoras de tecidos, máquinas de lavagem e de costura, freezers, cortadeiras. 

Tanto o leilão de segunda-feira quando o do dia 24 serão às 14h, ambos no Fórum Dr. Humberto da Costa Soares, no Cabo de Santo Agostinho. Seguindo a lei que rege os certames, o primeiro oferece os bens pelo preço de avaliação. Se não houver interesse, eles são oferecidos novamente na segunda data, com lance mínimo de 50% do valor avaliado para os imóveis e de 30% para os demais. 

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