Sassepe

No HSE, em vez de cama, paciente da emergência espera em poltrona de plástico

Hospital dos Servidores foi recentemente reformado, mas atendimento continua longe do ideal

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 19/11/2014 às 13:35
Alexandre Gondim/JC Imagem
Hospital dos Servidores foi recentemente reformado, mas atendimento continua longe do ideal - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Algumas semanas depois de entregue a nova emergência do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), na Rosa e Silva, Graças, o atendimento ao usuário do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe) está longe do ideal. Quem precisa de urgência, e tem de esperar por leitos dentro da especialidade necessária, pode passar por uma via crúcis que inclui várias horas de espera em cadeiras ou poltronas revestidas de plástico. “Minha avó de 83 anos teve problema de baixa de pressão no domingo pela manhã, deu entrada e na segunda-feira ainda esperava na emergência sentada numa cadeira. Passou a noite assim, longe de um leito onde o doente tem de ficar. Isso me revoltou”, denunciou a ouvidora da Aduseps, Monalyza Bezerra de Souza, de 33 anos.

O caso está longe de ser uma exceção. A fotógrafa Milena Batista Oliveira, de 37, também conta uma história parecida. Sua sogra é uma paciente oncológica e teve problemas respiratórios decorrentes de sua luta contra o câncer de pulmão. Deu entrada na emergência e foi forçada a esperar por leito sentada numa das cadeiras da emergência por quase 48 horas. “Queriam transferi-la para o Hospital Nossa Senhora do Ó, no Janga. Apesar de ficar mais perto de nossa casa, nossa família vive no Jardim Atlântico (Olinda), sabemos que essa unidade não tem médico especialista. Tivemos de brigar para conseguir uma vaga na unidade oncológica que fica no mesmo prédio do HSE. O pessoal alega que não há vagas, mas sabemos que existem e quando alegamos isso, eles falam que há pacientes mais graves. O problema é que, enquanto isso, ela fica lá sentada tomando soro. A sensação que temos é que durante os finais de semana o atendimento piora muito”, relatou.

O JC entrou no setor de emergência do HSE ontem à tarde. Apesar de a estrutura nova ser bem melhor do que a antiga, que funcionava no casarão velho do hospital, inclusive com ar-condicionado em todo o ambiente – facilidade que não existia anteriormente – a superlotação é o problema mais evidente do lugar. Além disso, as diversas cadeiras azuis espalhadas dentro dos ambientes de emergência (há três salas para níveis de gravidade dos doentes) chamam a atenção. Há muitos pacientes sentados, em vez de estarem em macas ou camas adequadas para um hospital.

Os problemas também atingem quem precisa marcar exames. A aposentada Maria Betânia Cintra, por exemplo, disse que fez uma consulta com a ginecologista em julho e até agora só conseguiu marcar os exames solicitados, como colposcopia, para janeiro. “Sempre tenho problemas para marcar exames”, diz.

Apesar das críticas, alguns usuários elogiam a nova estrutura do HSE. “Entrei no serviço público em 1962 e hoje eu posso dizer que o atendimento ao usuário do plano de saúde do Estado está bem melhor. Temos convênios com clínicas, várias opções de atendimento. Inclusive a atenção dos funcionários está bem melhor”, atesta o aposentado Joel Sena.

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