Conjuntura

Pernambuco avançou, mas ainda tem muito desafios sociais e econômicos

Levantamento da consultoria Macroplan aponta desafios da gestão estadual

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 21/12/2014 às 7:00
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Levantamento da consultoria Macroplan aponta desafios da gestão estadual - FOTO: NE10
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Pernambuco foi o Estado brasileiro que mais avançou num ranking de 69 indicadores analisados pela consultoria Macroplan, no intervalo de uma década. O estudo traz indicadores as área de gestão, educação, saúde , segurança, desenvolvimento econômico, juventude, desenvolvimento social, infraestrutura, institucional e de condição de vida. O levantamento é uma tentativa de apontar os desafios da gestão estadual para 11 governadores reeleitos e dos 16 novatos que assumirão a partir de 1º de janeiro de 2015. Em território pernambucano, Paulo Câmara tem o que comemorar, mas senta na cadeira com muitos desafios a enfrentar.

Um indicador que chama atenção é a elevada taxa de jovens Nem-nem-nem (não trabalham, não estudam e não buscam emprego). Pernambuco tem a terceira pior taxa do Brasil (19,7%), melhor apenas que Roraima (20,9%) e Alagoas (22%). Entre 2004 e 2013, o número de Nem-nem,nem aumentou no Estado, com a taxa saindo de 17, para 19,7%. Pernambuco ocupava a 23ª posição e piorou caindo para a 25ª. A situação exige o incremento de políticas de inclusão desses jovens.

A infraestrutura é outro indicador preocupante. No indicador que mede a condição das estradas classificadas como boas ou ótimas, o Estado despencou nove posições, saindo do décimo para o 19º lugar no Brasil. Entre 2004 e 2014, a classificação das vias públicas como boa e ótima melhorou, saindo de 19,8% para 28,7%, mas não foi suficiente para acompanhar o avanço de outros Estados do País. Por esse motivo, mesmo com o percentual melhorando, Pernambuco regrediu no ranking.

Na área de educação, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) avançou 15 posições no ensino médio (disparando da 20ª para a 5ª posição), mas a arrancada ainda está lenta no ensino fundamental 2. Entre 2005 e 2013, o índice passou de 2,4 para 3,4, avançando apenas quatro posições em relação a outros Estados.

Para além dos desafios, o Estado tem muito o que comemorar. “O avanço global no balanço dos 69 indicadores aponta que o Estado está no caminho certo. Pernambuco vive um momento de aproveitar uma trajetória de gestão de oportunidades. É diferente de outros Estados que precisam superar crises agudas, a exemplo da Paraíba e de Alagoas”, compara o sócio-fundador da Macroplan, Cláudio Porto.

Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Márcio Stefanni, o destaque do Estado é resultado de um trabalho focado na gestão do desenvolvimento. “O ex-governador Eduardo Campos deixou um legado que vamos preservar e passou desde a melhoria da gestão até o foco numa política de governo alinhada às necessidades da população do Estado”, assinala.

AVANÇOS

Na lista dos avanços, além do Ideb o maior destaque foi na segurança pública. Em 2002, Pernambuco figurava numa lista nefasta dos Estados com a segunda maior taxa de homicídio do País, melhor apenas que o Piauí. Em 2002 morriam assassinados 54,8 pessoas por 100 mil habitantes. Após a implantação do programa Pacto pala Vida, a taxa foi reduzida para 37,1. É verdade que o Estado ainda ocupa a 18ª posição no ranking, mas numa clara demonstração de avanço.

Na economia, o PIB per capita avançou de R$ 8.773,00 para R$ 11.776,00. O déficit habitacional caiu de 11,3% para 8,6% entre 2007 e 2012.  

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