SETOR ELÉTRICO

Professores pernambucanos criam técnica para economizar energia

Três professores e funcionários do Serpro desenvolvem sistema que ajusta a luz de acordo com a quantidade de pessoas no ambiente

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 11/01/2015 às 7:30
Ricardo B.Labastier/JC Imagem
Três professores e funcionários do Serpro desenvolvem sistema que ajusta a luz de acordo com a quantidade de pessoas no ambiente - FOTO: Ricardo B.Labastier/JC Imagem
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Os pesquisadores Cláudio Silva, João Bosco Teixeira e Pedro França construíram um sistema que pode resultar numa economia de 22% de energia elétrica, usando softwares e hardwares livres. Eles se basearam no arduino, uma plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre e de placa única que permite o desenvolvimento de protótipos sem um engenheiro eletrônico.

 “Isso foi só para incentivar os estudantes a criarem novidades que podem ser inseridas nesse ambiente a um custo mais baixo, porque não paga royalties nem licenças”, comenta o engenheiro Claudio Silva, também professor da Faculdade Guararapes.

O sistema projetado pelos três pesquisadores usa uma tecnologia de rádio frequência no crachá das pessoas e isso faz uma comunicação entre os computadores, impressoras e lâmpadas que estão num ambiente. Quando as pessoas se ausentam, os eletrodomésticos e lâmpadas se apagam. Eles fizeram um teste numa sala com 13 funcionários do Serpro. “O teste resultou numa economia de 22% no uso de energia”, conta.

Os três pesquisadores são funcionários do Serpro no Recife e dois deles também ensinam na Faculdade Guararapes.

Em novembro último, os autores do projeto foram premiados pela elaboração do projeto no Congresso Serpro de Tecnologia e Gestão Aplicadas à Serviços Públicos (Conserpro) conquistando o primeiro lugar no tema do Concurso de Trabalhos e também a categoria melhor inovação tecnológica. Os pesquisadores dedicaram dois anos desenvolvendo a pesquisa e gastaram cerca de R$ 4 mil em materiais utilizados para fazer o projeto.
O projeto foi batizado com o nome de green já que reduz o impacto que o uso de recursos naturais está causando no meio ambiente. “Pesquisas como essas levamos à sala de aula para incentivar o aluno a desenvolver novas soluções”, adiantou o professor da FG e autor do sistema, Cláudio Silva.

Além de economizar energia, a intenção é facilitar a execução de algumas tarefas como, por exemplo, ligar e desligar o computador e alterar o sistema de iluminação do ambiente de acordo com a quantidade de pessoas que estão naquele local.

Até agora, os pesquisadores não têm a intenção de comercializar o Green e nem vão pedir patente do invento. “Usamos hardware e software livres e a invenção está num sistema público e pode ser desenvolvido por quem se interessar”, afirma Cláudio. O estudo pode ser acessado no www.anaisdoconserpro. serpro.gov.br no evento referente a 2013. “O Serpro pode até criar um produto com esse sistema e vender aos órgãos do governo”, argumenta Cláudio. Os órgãos públicos são grandes consumidores de energia.

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