FEIRA

12ª Fenahall conta com artesanato de 16 países

São 20 estandes estrangeiros no total, de nações como Argentina, Indonésia, Índia e Turquia. Peça mais cara do evento é pernambucana e custa R$ 10 mil

Rossini Gomes
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Publicado em 15/01/2015 às 7:30
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São 20 estandes estrangeiros no total, de nações como Argentina, Indonésia, Índia e Turquia. Peça mais cara do evento é pernambucana e custa R$ 10 mil - FOTO: Foto: Divulgação
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Peças em madeira, capas de almofada, colchas de cama, vestidos, objetos de decoração, acessórios: tudo produzido artesanalmente, fazendo jus ao perfil da Feira Nacional de Artesanato do Chevrolet Hall (Fenahall), mas com um toque estrangeiro, devido à presença dos 20 estandes de outros países. São 17 ao todo: Argentina, Bangladesh, Chile, Equador, Grécia, Indonésia, Índia, Japão, Paquistão, Peru (presente em todas as edições), Portugal, Rússia, Síria, Tailândia, Turquia e Vietnã (estreante no evento).

Esta é a 12ª edição do evento, realizado no Chevrolet Hall, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. “Para este ano, a expectativa dos organizadores é movimentar R$ 4 milhões entre vendas diretas e indiretas (encomendas), valor 20% maior que o da edição anterior”, avalia o coordenador geral do evento, Leonardo Cavalcanti.

Ele explica que o contato com os comerciantes estrangeiros é feito em feiras do setor realizadas em todo o País. “Fazemos networking e conseguimos tirá-los do eixo Rio-São Paulo-Minas. Muitos consideram nossa região forte economicamente, tanto é que está acontecendo feiras semelhantes em Maceió e em Natal e eles preferem vir para cá, por causa do poder aquisitivo da população”, conta, destacando que o período do ano e o horário da feira possibilitam um sentimento de lazer para os vendedores estrangeiros. “Para eles, estar aqui é sinônimo de férias. Muitos aproveitam a praia durante o dia e trabalham à tarde na feira”, conta Cavalcanti.

No estande da Índia, o vendedor é turco. Ali Ercan comercializa almofadas, tapetes e lençóis na feira desde 2006. Mas o que chama atenção mesmo na loja provisória do estrangeiro são os bancos e os biombos de madeira talhados a mão em detalhes impressionantes. E os preços fazem valer o trabalho dos artesãos indianos: enquanto os bancos variam de R$ 220 a R$ 650, os biombos podem ser levados por R$ 2,5 mil. “Vendo, sim”, garante.

O que chama atenção no estande da Índia são os bancos e os biombos de madeira talhados a mão em detalhes impressionantes

Mas há também preços mais acessíveis. É possível levar um lençol, por exemplo, por R$ 15. “As vendas são boas. Não é à toa que estou aqui há dez anos”, afirma o vendedor, provando de que o evento tem proporcionado um bom rendimento, que não foi revelado. Além da Fenahall, os produtos são vendidos em “todo o país”, diz, e chegam ao Brasil em contêineres, dois por ano.

No mesmo corredor, o indiano Ali Khawaja administra o estande Segredos da Índia, presente na feira desde 2009. O foco também são capas de almofada, lençóis e colchas de tecidos como seda, algodão, tule e rechilieu, feitos numa fábrica indiana. Os preços variam de R$ 20 a R$ 4,8 mil (uma toalha de mesa). “A maioria do meu público é o público geral mesmo, não é revendedor. Mesmo com um valor alto, acredito que consigo vender as peças por causa dos descontos e dos parcelamentos”, considera.

Assim como os produtos do xará, os de Khawaja também veem da Índia em um contêiner com capacidade para 700 caixas. “Chegam quatro por ano”, diz, satisfeito com as vendas no País.

E os produtos estrangeiros chamam a atenção de quem circula pela feira. De Pesqueira, no Agreste, o casal Ciro e Maria de Jesus Brito, de férias no Recife, frequentou a Fenahall pela primeira vez e se agradou com as pinturas nas porcelanas japonesas. “Gostei desse conjunto de chá”, diz Ciro, acompanhado da esposa. Essas peças japonesas estão à venda na feira pela primeira vez.

Já a mãe e filha Ana Lúcia e Luciane Nogueira apreciavam um colar de pedras de um estande da Turquia com “um pé atrás”. “Estou aqui a pedido de uma filha, que pediu algo de fora, porque prefiro apreciar o artesanato local”, resumiu Ana Lúcia, que recebeu o apoio da filha, ambas pela segunda vez no evento.

A PEÇA MAIS CARA - Apesar do alto preço das demais peças, a mais cara desta edição da Fenahall é brasileira, pernambucana. Num espaço reservado na feira, com iluminação diferenciada, acontece a 1ª Mostra de Arte Sacra de Olinda (Maso), onde é possível encontrar um oratório por R$ 10 mil, mas sem o crucifixo interno, que custa R$ 300. As peças foram feitas pelo artesão olindense Elias Sultanum “Temos mais de 50 peças católicas, entre santos e demais objetos”, diz o idealizador do projeto e coordenador geral da mostra, Samy Paiva.

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