O governo de Pernambuco estuda a implantação de uma unidade do Csem no Estado. Hoje o vice-governador, Raul Henry, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, visitam o centro em Belo Horizonte para conhecer a experiência mineira. Em 2010, a gestão estadual assinou protocolo de intenção para atrair um Csem, mas as negociações não avançaram. Agora, numa nova fase da economia estadual, o negócio reforça a estratégia de turbinar o setor de energia renovável.
“Pernambuco já teve a fase 1.0, que foi a aposta em Suape, depois a 2.0, com os empreendimentos estruturadores, e agora avança na fase 3.0, com atenção para a tecnologia e a inovação”, pontua Paulo Dalla Nora, sócio da FIR Capital (controladora do Csem). Na avaliação do empresário, o centro poderia se alinhar às demandas tecnológicas de setores implantados no Estado, fornecendo soluções inovadoras. Dalla Nora foi responsável pela articulação da visita dos gestores ao site e tem contribuído para apontar possíveis localizações para o Csem pernambucano.
“O Csem é um centro de tecnologia aplicada e poderia reforçar nosso parque, que além do Porto Digital também terá o centro de pesquisa e engenharia para o setor automotivo (da Fiat Chrysler, na antiga Fábrica Tacaruna)”, destaca o secretário Thiago Norões. Ele explica o interesse do Estado na verticalização da cadeia do setor de energias alternativas, desde a área de conhecimento até a produção de componentes. O governo está conversando não só com lo Csem, mas com várias empresas no Brasil e no exterior.
Norões defende que Pernambuco tem condição de verticalizar a cadeia porque conta com especialistas do setor na academia, além de um parque com capacidade para gerar energia e produzir equipamentos. “Isso sem falar nas fontes de financiamentos e nos incentivos fiscais oferecidos para o setor de equipamentos”, complementa. No Complexo de Suape estão instaladas várias empresas de produção de equipamentos para a geração de energia eólica, a exemplo da LM Wind Power e da Gestamp.
ENERGIA SOLAR - Diante da crise energética brasileira, o governo do Estado estabeleceu como meta aumentar a participação das energias renováveis na matriz energética. “A economia do século XXI precisa conjugar inovação e sustentabilidade”, defende Norões. Pernambuco foi o primeiro Estado do Brasil a realizar um leilão de energia solar, em dezembro de 2013. Uma das preocupações para garantir a viabilidade do leilão seria a comercialização, mas o próprio governo assegurou a compra. “O Estado é um grande consumidor de energia e pode dar liquidez ao contrato”, diz Norões.
As energias alternativas ainda têm grande potencial de crescimento na matriz energética brasileira. Hoje, a hidrelétrica lidera com 64% seguida por gás (10%) e biomassa (8%). A eólica participa com apenas 2% e a fotovoltaica não chega a 1%.