A atividade econômica de Pernambuco apresentou recuperação no trimestre encerrado em novembro, impulsionada pelo comércio varejista, e deve encerrar o ano de 2014 com crescimento superior à média nacional, informou o Banco Central com a divulgação do Boletim Regional. Para 2015, o BC espera uma expansão da economia local principalmente pelo início das operações da Refinaria Abreu e Lima e também pela inauguração da fábrica da Jeep, em abril.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco cresceu 0,7% no terceiro trimestre de 2014, em comparação ao mesmo período do ano anterior.O avanço refletiu os crescimentos na indústria, 1,9%, e no setor de serviços, 0,7%, e recuo de 4,8% na agropecuária.
“Dados mais recentes apontam aceleração da atividade no Estado. Nesse sentido, o IBCR-PE cresceu 2,0% no trimestre finalizado em novembro, em relação ao findo em agosto, quando recuara 1,7% no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados”. O IBCr é o Índice de Atividade Econômica Regional e funciona como um indicativo do PIB.
Em relação às contas, o governo do Estado, capital e principais municípios ficaram deficitários em R$ 534 milhões nos nove primeiros meses de 2014.
No ano anterior foi registrado superávit de R$ 17 milhões. Segundo o BC, o governo estadual registrou no período um déficit primário de R$ 546 milhões e o Recife de R$ 9 milhões, que foram compensados por um superávit de R$ 21 milhões dos demais municípios.
O resultado primário revela o esforço de economia que os entes públicos realizam para pagar os juros de suas próprias dívidas.
As despesas com juros nominais totalizaram R$ 531 milhões até setembro de 2014, numa variação de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o déficit nominal alcançou R$ 1,1 bilhão. No ano passado esse resultado era de R$ 401 milhões (de janeiro a setembro). O déficit nominal revela um saldo negativo nas contas, uma vez pagos os juros da dívida.
O Banco Central também captou um recuo de 18,3% nas operações de crédito realizadas em Pernambuco, “principalmente ocasionada pela reclassificação da operação referente à Refinaria Abreu e Lima para o Rio de Janeiro”. A refinaria estava prevista para operar como uma empresa independente da Petrobras, mas por falta de parceiros – a PDVSA se recusou a investir na obra – a operação ficou vinculada à Petrobras.
Pernambuco também registrou um saldo negativo da balança comercial em US$ 6,4 bilhões em 2014, detalhou o BC, com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Foi um resultado 32,6% pior do que o registrado em 2013, que segundo o BC refletiu uma queda de 52,6% nas exportações e de 7,7% nas importações. Foram exportados US$ 944 milhões no ano, contra uma importação de US$ 7,3 bilhões. Influenciou no resultado a venda da plataforma de petróleo (US$ 1,2 bilhão) realizada em 2013 pelo EAS, que não se repetiu em 2014. As vendas de semimanufaturados também caíram, em 33,4%, por causa de menos emissões de açúcar.