CRISE

Maílson diz que o País vai sobreviver à mediocridade do governo Dilma

Ex-ministro afirma que estamos pagando a conta dos desacertos. Ainda assim, não corremos risco de um colapso

SAULO MOREIRA
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SAULO MOREIRA
Publicado em 25/03/2015 às 14:50
Alexandre Gondim/JC Imagem
Ex-ministro afirma que estamos pagando a conta dos desacertos. Ainda assim, não corremos risco de um colapso - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Ministro da Fazenda durante o governo José Sarney (1985-1990) e sócio da Tendências, uma das principais consultorias do País, Maílson da Nóbrega disse ontem que o Brasil tem instituições suficientemente fortes para aguentar “os próximos quatros anos de mediocridade do governo Dilma Rousseff”. Segundo ele, só voltaremos a crescer a partir de 2018, embora já a partir do final deste ano sairemos da recessão. “A conta dos desacertos chegou.”

Embora critique a política econômica do atual governo, Maílson destacou que o País não corre um risco de colapso como houve na Argentina ou Venezuela. “Também não é hora de irmos para Miami”, ponderou, descontraído. E completou: “Temos uma democracia consolidada, instituições fortes, um grande mercado, imprensa livre...Vamos sobreviver a esses quatro anos”.

Maílson participou hoje pela manhã do Programa Supermanhã, do radialista Geraldo Freire.

Para Mailson, que durante o governo Sarney não conseguiu acabar com a hiperinflação e enfrentou dificuldades para aprovar medidas de austeridade fiscal no Congresso, o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é o grande nome do atual para governo para restaurar a credibilidade do País. Levy também tem dificuldades de executar o ajuste fiscal por causa do desgaste do governo Dilma no Legislativo. “Levy tem o grande desafio de restaurar a confiança no País. Ele tem o apoio da presidente, muito embora ela pense diferente dele”, analisou o economista paraibano, mas radicado em São Paulo.

Segundo ele, mesmo que o governo consiga recuperar a credibilidade, a expansão econômica não está no horizonte do governo Dilma. “Não vamos ver crescimento nos próximos quatro anos. “A presidente tem de ter uma agenda, uma prioridade. E a prioridade dela deve ser o ajuste fiscal”, diz ele, frisando que uma eventual redução da nota (rating) de crédito do País seria muito ruim.

Na esfera política, Maílson afirma que Dilma perdeu a capacidade de interlocução e de articulação. “É Levy que está fazendo esse papel. Ele que vai ao Congresso, ele que conversa com os empresários.” Esse tipo de postura do atual ministro da Fazenda é crucial porque o Congresso “não tem nenhum estímulo, nenhum incentivo para ser austero, para ser responsável do ponto de vista fiscal.”

E explicou: “Quando um Estado pequeno quebra por causa de uma medida aprocada no Congresso, todos tendem a responsabilizar o Executivo.” Mailson participa hoje de um debate com empresários na Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).

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